Plataforma de Atlântida, em Xangri-Lá, amanheceu destruída neste domingo (15) – Foto: David Castro / Divulgação
Um dos principais pontos turísticos do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, a plataforma marítima de Atlântida, em Xangri-Lá, cedeu e desabou na madrugada deste domingo (15).
De acordo com a prefeitura da cidade, a estrutura da plataforma já estava comprometida há pelo menos dois anos, e negociações para reparos do local entre a administração municipal e a Associação dos Usuários da Plataforma Marítima da Atlântida (Asuplama), órgão independente responsável pela manutenção do local, estavam em andamento.
A área da plataforma foi interditada pela associação na sexta após passar por uma inspeção.
“Nós identificamos a rachadura em algumas muretas, é um sinal que a gente está sempre acompanhando. Mobilizamos uma avaliação técnica. Um engenheiro veio aqui e olhou, manifestou necessidade de fazer uma inspeção. Na sexta-feira (13) ele já estava aqui com a equipe pra fazer a contenção do processo de deterioração. Infelizmente não foi possível conter o avanço do processo destrutivo que estava acontecendo ali”, explica o presidente da Asuplama, Jose Luis Rabadan.
A prefeitura pede que surfistas e banhistas tenham cuidado ao entrar na água perto do local.
“Acredito que agora não tenha mais o que fazer. Nunca foi feita uma manutenção adequada. É muito triste ver um ponto turístico e histórico da cidade se deteriorando”, diz o prefeito Celso Bassani Barbosa (PTB).
Em 2021, uma reforma do local chegou a ser acordada entre prefeitura e associação, com participação do Ministério Público Federal (MPF) e do governo federal, mas a obra não avançou devido a entraves burocráticos. Desde lá, a plataforma teve sua estrutura ainda mais deteriorada, com corrosões, rachaduras e rompimentos nas vigas de suporte.
Em 1997, uma parte da estrutura da plataforma já havia cedido, e nunca foi completamente restaurada. Ondas fortes em 2016 e 2019 também já haviam danificado parte do pier.
Uma manifestação em frente ao local, organizada pelo fotógrafo David Castro, foi realizada neste domingo no local.
Mais de 50 anos
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Fundada em 1975, a plataforma avança por cerca de 280m sobre o mar.
De acordo com a Asuplama, o local recebe cerca de 30 mil turistas por ano e é usado principalmente para pesca. Em algumas épocas do ano, é possível ver baleias no local.
Por Gustavo Foster / g1