A luta pela responsabilização da Braskem, responsável pelo maior crime ambiental em perímetro urbano do mundo em Maceió, ganha novas proporções. Em Brasília, o senador Renan Calheiros conseguiu o apoio dos colegas da Casa para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os crimes cometidos pela petroquímica. Já em Alagoas, um grupo de trabalho foi formado pelo governador Paulo Dantas para encontrar soluções para as reparações dos prejuízos causados ao Estado, municípios e os moradores das regiões atingidas. Na Câmara de Vereadores de Maceió, a vereadora Teca Nelma vem questionando as ações da Braskem, que conseguiu na justiça a proibição de um protesto pacífico dos moradores da região dos Flexais.
A CPI proposta pelo senador Renan Calheiros já conta com o apoio de 45 senadores para a criação da Comissão. O requerimento já foi protocolado no Senado e deve ser debatido no plenário ainda essa semana. A CPI tem como objetivo investigar os desdobramentos das decisões judiciais e da responsabilização dos diretores da Braskem em relação ao afundamento dos bairros na capital alagoana, além de buscar a reparação de danos. Para o senador, a CPI é fundamental para que o Brasil tome conhecimento do que realmente aconteceu e que a empresa se responsabilize de verdade com o acontecido. “a CPI é fundamental para acompanhamento fino do que está acontecendo e exigir, em outras palavras, que a Braskem, antes de ser vendida, cumpra o seu dever”.
A vereadora Teca Nelma parabenizou o senador no plenário da Câmara de Vereadores de Maceió. Para ela, a CPI irá revelar informações importantes para a sociedade. “Eu gostaria de parabenizar a iniciativa e estou ansiosa para os resultados dessa CPI, pois tenho certeza que muitas informações escondidas da população, que tem o direito de saber, serão reveladas”.
Fonte: Jornal do Interior com Assessoria
Teca Nelma também criticou a maneira que a Braskem tem tratado as vítimas. “Todos acompanham os absurdos que sucederam, as vítimas que foram indenizadas indevidamente , que não tiveram seus danos materiais e muito menos seus danos morais reparados, que não foram ouvidas num acordo de compensação financeira, que não foram ouvidas na realocação dos bairros distantes, que não foram ouvidas nos acordos que a Braskem realizou nas surdinas”, enfatizou.
Em reunião, o governador Paulo Dantas constituiu um grupo de trabalho para buscar soluções adequadas para as vítimas da empresa em todas as esferas. Compõem o grupo, além do governador, o senador Renan Calheiros, a procuradora-geral do Estado, Samya Suruagy, as secretarias de Fazenda, Governo e Gabinete Civil, representadas por Vitor Pereira, Renata dos Santos e Felipe Cordeiro, respectivamente.
Além deles, as representações dos municípios da região metropolitana, o prefeito de Murici Olavo Neto; das vítimas da Braskem, Maurício Sarmento e Alexandre de Moraes Sampaio; e pela Defensoria Pública do Estado, Ricardo Melro. O grupo de trabalho pode convidar especialistas e representantes de outros órgãos e entidades, públicos ou privados a participarem de alguma reunião.