CENTENÁRIO DE ARAPIRACA

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Magela Pirauá

Procurador  de Justiça. Escritor.

                  Vim para Arapiraca, em 1974, trazido pelo braço amigo de Marcelo Lavenére Machado, advogado, professor da Ufal, ex presidente nacional  da Ordem dos Advogados do Brasil. A cidade comemorava à época o cinquentenário de emancipação política.

                       A urbe, há quarenta e nove anos atrás, era pequena. A população em torno de 50.000 habitantes. O plantio do fumo era enorme. As famílias mais abastadas, com exceção de poucas, moravam no centro. Valdomiro Barbosa, de tradicional família, era o concessionário da distribuição da energia  elétrica. O prefeito era o carismático Higino Vital.

                       O prédio da prefeitura, hoje museu, era no centro. A feira, sempre às segundas, se estendia na rua do comércio e dominava toda a região central. Na feira se ouvia os cantadores de viola, os emboladores de repentes e os curandeiros de todos os males, doenças e pragas. 

                      Na praça Marques da Silva residia João Lúcio da Silva, ex-prefeito e ex-senador da República. Na rua João Ribeiro Lima, havia uma residência , em estilo inglês, moradia de  Valdomiro Barbosa. O clube dos fumicultores, símbolo de uma época, se impunha na paisagem, pelas festas e acontecimentos políticos.

                     A fundação do Agreste, presidida por Djalma Rocha , transformada anos após, em UNEAL, dava seus primeiros passos.

                     Havia poucos médicos e poucos advogados. Duas varas judiciais. Não havia o Fórum. A justiça trabalhista, a jurisdição era Penedo. Para Maceió viajava-se via Taquarana. 

                     Arapiraca do centenário, ocorrerá no próximo ano, agigantou-se. A população, hoje em torno de 240.000 habitantes. A cidade modernizou-se. Cresceu para todos os lados. Foram  abertas novas avenidas. Surgiram modernos condomínios. O comércio se tornou intenso. Empresas de grande porte estabeleceram-se aqui. Edifícios começaram a ser construídos.

                      Dentro em breve Arapiraca e Limoeiro de Anadia  ficarão ligadas. O mesmo ocorre indo para Lagoa da Canoa. O tráfego é intenso. A expansão imobiliária cresce. Arapiraca e São Sebastião, cidades que se unem, que se interligam, através da proximidade e da pista dupla que se realiza. Brevemente serão uma só. Está sendo duplicado o asfalto Arapiraca Delmiro Gouveia e Arapiraca Palmeira dos Índios.

                     O comércio de Arapiraca não é só mais no centro. Quase todos os bairros têm seu comércio próprio. A cidade não para. Arapiraca tem indústrias  que produzem para o Brasil. Que mais indústrias venham para gerar emprego e renda.

                      Na  educação Arapiraca é forte. Várias escolas de nível superior. O ensino fundamental e médio hoje tem ótima qualidade. E,  culturalmente, tem vários escritores. No campo da arte, e das tradições  culturais, há uma riqueza indescritível. Há artistas plásticos de grande valor. Há músicos de extraordinária qualidade. Cantores de reconhecido talento. Artesãos que são reconhecidos. As tradições não morrem: coco de roda, do mestre Nelson; pastoris e quadrilhas. 

                      O prefeito, Luciano Barbosa da Silva, com visão futurista e olhar estético, estabelece um novo padrão visual na urbe. Praças são reformadas, asfaltamento são realizados, e, os trilhos,  caminhos  dos trens não mais usados, recebem, dentro de nova urbanização, um embelezamento que fará bem ao corpo, lugar para caminhadas.

                       No próximo ano, portanto,  o do centenário, Arapiraca se orgulhará de sua história. Para isto existe uma comissão tratando de tão extraordinário evento. Acredito deverá ser edificado um monumento marcando o centenário. A história será contada. Nomes que fizeram esta terra serão lembrados.

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