Fonte: Redação
As eleições para o Conselho Regional de Medicina de Alagoas (CREMAL) se aproximam e desta vez, democraticamente, os médicos vão ter alternativa de escolha. Nesta entrevista, conversamos com o candidato a conselheiro pela Chapa 2 – Renova Cremal, Marcos Gonçalves, pediatra alergologista e imunologista.
Eles defendem a ciência, em oposição à reeleição de conselheiros anti-vacinas, que defenderam o tratamento precoce do Covid com Ivermectina e Cloroquina, contradizendo até sociedades científicas do Brasil e do Mundo – tratamento esse que contribuiu com a morte de muitos pacientes. Um paradoxo, em se tratando de medicina, que existe para salvar vidas.
A Chapa 2 também quer mais dinamismo e modernização do órgão, além de proporem mais protagonismo, aproximação dos médicos ao Cremal através de uma administração mais humana e transparente.
O pleito acontecerá nos dias 14 e 15 de agosto, de 08h às 20h, de forma virtual, mas haverá no CRM em Maceió e na sede de Arapiraca, computadores para que os médicos possam votar. Só podem votar aqueles que estiverem em dia com o CRM. Os dados devem estar atualizados até o dia 07 de agosto. A votação também pode ser feita via web, no endereço www.eleicoescrms.org.br.
–Porque a Chapa 2 – Renova Cremal merece ganhar esta eleição ?
– Merece ganhar porque ela vai garantir o real protagonismo que um Conselho Regional de Medicina merece ter para a população e para os médicos do estado de Alagoas. Nós vemos um Conselho Regional que não é protagonista dentro do estado. A sensação que os médicos têm é que é um conselho ausente. O único contato que nós temos com o Conselho Regional do Estado de Alagoas é o pagamento da anuidade no início do ano. Depois disso, a gente não tem contato nenhum. A Chapa 2 merece ganhar para participar de políticas públicas de saúde, que a gente não vê o conselho atual fazendo. É isso que nós queremos. É preciso renovar. Nossa chapa é diversa, com pessoas que trazem várias experiências, inclusive colegas que já foram do Cremal em outros momentos. Essa diversidade é importante, a renovação é democraticamente saudável.
– Que avaliação vocês fazem das gestões anteriores?
-É uma troca de cadeiras. A gente vê que não há uma renovação do Conselho. A direção executiva é a mesma há 35 anos. Permanece vários anos com um presidente e um vice. Depois eles trocam de cadeira. O vice se torna presidente e o presidente se torna vice. São as mesmas ideias, não se vê melhorias. O conselho regional do estado de Alagoas não tem quase nada informatizado. Nada é digitalizado. Digitalizar e informatizar a sede do Cremal é uma de nossas propostas. Fazer mudanças de cunho social que possam melhorar a vida dos médicos. Trazer benefícios para os médicos que fazem parte do Cremal. Trazer um conselho mais participativo. O Cremal não é um lugar para se fazer carreira, mas para melhorar a vida da população.
-De que forma agiu a gestão anterior na condução do tratamento do Covid?
No início, bem no início da pandemia, existia a dúvida se tratamento precoce, Cloroquina, Ivermectina, uso de corticoide precocemente para tratamento de Covid, eram realmente adequados ou não. Os conselhos Regional e Federal de Medicina falaram que, enquanto existisse a dúvida, os médicos poderiam atuar conforme bem pensassem. Mas a partir do momento que começaram a sair os ensaios clínicos randomizados, os estudos que tinham robustez, a gente viu que os remédios não tinham eficácia nenhuma. É a partir desse momento, quando as sociedades médicas começaram a emitir documentos científicos mostrando que esses medicamentos eram totalmente ineficazes contra Covid, que os conselhos Federal e Regional de medicina deveriam também ir junto com a ciência e tomar um partido, recomendando o não uso dos medicamentos e eles não fizeram isso. Pelo contrário, eles gastaram dinheiro de todos os médicos do estado de Alagoas fazendo cursos no interior para o aprendizado desse tipo de tratamento. Além do mais, ainda veio a questão da vacinação que os conselhos, principalmente os conselheiros, foram contra a vacinação, chamaram a vacina de vacina-teste, que estava usando a população como experimento. Então foi um comportamento inadequado. E temos reportagens comprovando que um dos principais conselheiros falou que os médicos que estavam na linha de frente, estavam fazendo declarações de óbitos falsas com o Covid.
-Quais as principais propostas de vocês?
-A gente defende o ato médico pautado na cidadania, e no respeito à vida; na ciência como valor inegociável, incentivando pesquisas; a gente quer criar uma câmara técnica dentro do CRM pra apoiar aquele médico que está em formação – apoio jurídico, científico e contábil, além de um desconto na anuidade; fazer um Cremal itinerante nos municípios; fazer uma sede em Arapiraca; valorizar a saúde e o bem estar dos médicos; promover parcerias com instituições privadas para fornecer benefícios e vantagens; lutar, junto com o sindicato, pela remuneração justa do trabalho médico; atuar fiscalizando os locais de trabalho; garantir mais cursos e mais qualificação, inclusive sobre ética, marketing e contabilidade; participar de políticas públicas em defesa do SUS; deixar o portal da transparência mais transparente; digitalizar o CRM e estabelecer a proibição de um membro por mais de dois mandatos.
Vocês têm sido vítimas de fakenews?
-Muitas fakenews, notícias falsas falando que nós somos contra o Revalida. Os 40 membros são 100% a favor do Revalida. A gente não concorda que médicos que não tenham o Revalida possam vir trabalhar aqui no Brasil. E nós não somos uma chapa com ideologia político- partidária. Queremos uma gestão direcionada para a população e para o médico.