A experiência de compartilhar leituras no Agreste será debatida em bate-papo
A programação da 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas foi divulgada e Arapiraca estará presente no bate-papo: Clubismo no Agreste: uma conversa sobre os desafios e benefícios do 42 Clube do Livro & Cineclube, com os fundadores do clube de leitura Jaiane Karoline, Leonardo Dias e Kátia Barros.
Estar na programação do maior encontro literário do estado foi uma surpresa até para os fundadores, que no início não imaginavam a proporção que o grupo tomaria. “A Bienal é o nosso evento preferido sobre livros, é lá onde a gente encontra autores, pega autógrafos, vê mesas redondas e tudo mais sobre o mundo literário. Nós como clube nós sonhamos um sonho que a gente nem sabia que tinha né. Além de ter um clube de leitura, colocar esse clube de leitura um maior evento de livros”, revela Léo Dias, um dos membros que coordena as atividades do Clube.
Para ele, fazer parte da programação é uma oportunidade de trocar experiências e estimular a criação de novos clubes literários. “Estar na Bienal vai ser a nossa maneira de expressar que a gente tem muita vontade de crescer e expandir os nossos horizontes literários, quanto mais gente melhor. A gente quer falar sobre as nossas experiências lá como clube, até para provocar o surgimento de novos clubes, clubes de livros, clube da poesia… A gente busca isso, trocar experiências e crescer um pouco mais com o crescimento do outro, como a gente pode ajudar a iluminar o próprio caminho a partir de livros e dessas experiências. a nossa experiência em arapiraca tem sido muito massa, o pessoal tem participado, nos encontros, fazendo parte com as suas percepções”, refletiu.
O 42 Clube do Livro e Cineclube surgiu em Arapiraca no final de 2021, ainda em meio a pandemia de Covid-19, quando dois amigos decidiram, numa mesa de bar, ler um conjunto de livros da série “A Roda do Tempo”, que estava para ganhar uma adaptação em série. A ideia inicial era de debater livros da temática de ficção de distopia, mas atraiu tanta gente, que o clube expandiu seus horizontes logo no início. “Um dos amigos deu ideia do nome e a partir da criação do grupo do whatsapp foi entrando gente e a coisa foi tomando proporção que foi sozinho, e a gente foi abrindo para outros tipos de leitura”, explica Gilberto Ribeiro, um dos fundadores e membros do clube. Segundo ele, o nome do livro, 42, faz referência ao livro O Guia do Mochileiro das Galáxias.
A curadoria do Clube convida o leitor a expandir os seus horizontes, lendo livros que saiam da zona de conforto e traga inquietações. “Nossa curadoria tem tentado ser a mais democrática e inclusiva possível. Uma vez que o clube não segue uma temática específica, a ideia é diversificar os gêneros com o intuito de alcançar leitores de todos os gostos. Com isso, também propomos que as pessoas aceitem o desafio de ler algo fora de sua bolha literária e explorem outros caminhos da literatura. Ainda continuamos com as indicações dos membros, pois achamos super importante a participação efetiva deles nas escolhas das obras. No entanto, destinamos alguns meses para temáticas relevantes como a luta pela visibilidade LGBTQIA+, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e sobre a saúde mental. Para essas categorias, as obras foram selecionadas por nós, movimentadores do clube”, detalhou Kátia Barros, uma das movimentadoras do 42.
Hoje, o 42 conta também com um Cineclube, com exibições de produções que fogem do eixo dos filmes das salas de cinema e que de outra maneira não chegariam no Agreste Alagoano, como o filme Marte Um, filme mineiro de Gabriel Martins ganhador de diversos prêmios; e Serial Kelly, do alagoano René Guerra, que tem como cenário Alagoas, incluindo o Mercado Público de Arapiraca. Com edital de fomento, o grupo pode concretizar a vontade coletiva de assistir a essas produções e apresentá-las para os arapiraquenses. “A nossa curiosidade pelo cinema a gente começou a perceber que era uma curiosidade coletiva, nos primeiros encontros a gente falou um pouco sobre alguns filmes que tínhamos visto e teve um determinado filme, no início de 2022, que uma turma de membros do clube decidiu ir assistir todo mundo junto, então foi uma experiência bacana e que a gente percebeu que a gente gostaria de continuar”, explicou Jaine Karoline, membro também do 42. Hoje o Cineclube conta com a parceria do Sesc Arapiraca, que sede o teatro para a exibição, e do Navi, que auxilia na curadoria.
A conversa com o clube acontecerá no dia 16 de agosto, na Sala Siriguela, a partir das 19h, é aberta ao público e gratuita. A Bienal Internacional do Livro, em sua 10ª edição, vai de 11 a 20 de agosto, no Centro de Convenções de Maceió, com palestras, oficinas, mesas redondas, lançamento e comercialização de livros, além de programações para escolas e crianças.
Fonte: Jornal de Arapiraca/ Lysanne Ferro