Banco do Nordeste incentiva carcinicultura no agreste alagoano

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Levantamento das contratações do Banco do Nordeste (BNB) voltadas à criação de camarões em viveiros, a carcinicultura, em Alagoas, aponta incremento de mais de três vezes nos financiamentos realizados de janeiro a maio desse ano, na comparação com o contratado em todo ano passado. O montante de crédito nos cinco primeiros meses do ano soma R$ 720 mil e se concentra do agreste alagoano, região que é referência para a atividade no estado.

O superintendente estadual do BNB em Alagoas, Sidinei Reis, afirma que o aumento do crédito para a atividade acompanha o desenvolvimento do setor, principalmente no Agreste e, em especial, no município de Arapiraca. “Segundo a pesquisa de pecuária do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2021, Alagoas produziu mais de 1.477 toneladas de camarão, sendo que cerca de 1.000 toneladas foi oriunda do Agreste e 250 mil quilos em Arapiraca, o que mostra a importância da região para a carcinicultura local”, comenta.

De acordo com o gestor, os financiamentos destinados a custeio, que envolve a aquisição de ração, e os investimentos para utilização de energia solar no processo produtivo são os mais procurados e têm contribuído para redução dos custos e incremento da produtividade.

Desenvolvimento

Sidinei também destaca ações do BNB que vão além do crédito e que abrangem a mobilização de atores locais na busca de soluções para impulsionar a atividade, a exemplo de promoção de capacitação, divulgação de melhores práticas, parcerias, entre outras.

Segundo o agente de desenvolvimento do BNB, Claudevan Santos Silva, nos últimos anos notou-se um crescimento na atividade, tornando Arapiraca um polo de produção de camarão. “O cultivo acontece na bacia do rio Coruripe, principalmente nos municípios de Coité do Noia, Igaci, Arapiraca e Limoeiro de Anadia”.

O agente, que atua na unidade de Arapiraca, disse que a instituição tem incentivado a carcinicultura, com visita às propriedades produtoras, divulgação das linhas de crédito e articulação com associações, prefeituras locais, conselho municipal rural, entre outros órgãos voltados ao desenvolvimento sustentável.

Energia solar

Claudevan ressalta ainda a linha de crédito Pronaf Eco, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, que contempla projetos sustentáveis de agricultores familiares que visam à recuperação e conservação ambiental, incluindo a utilização de energias renováveis. “Na carcinicultura é utilizado um equipamento que faz a oxigenação da água, o aerador, e que precisa ficar sempre ligado. O uso de energia solar diminui bastante os custos envolvidos nesse processo”, esclarece.

Foi o caso do produtor de camarão Rosimário dos Santos, de Arapiraca, ele contratou com o BNB o financiamento, pelo Pronaf Eco, para geração de energia solar. Foram 38 placas fotovoltaicas contempladas no projeto, para um gerador com capacidade de até 30 kwp (quilowatt pico). Ele disse que, a partir da utilização da energia solar, conseguirá praticamente dobrar a produção atual, chegando a 12 toneladas por mês. “Sai mais barato, usamos mais o aerador e o camarão se desenvolve melhor e em curto espaço de tempo”, comemora.

Rosimário é presidente da Associação de Carcinicultores Familiares do Agreste Alagoano, que possui 115 associados. Ele enfatiza o papel do Banco do Nordeste no incentivo à atividade. “A parceria do BNB é de grande importância para o desenvolvimento da carcinicultura, uma atividade nova no agreste. O camarão hoje é a ‘bola da vez’, uma oportunidade de ter uma renda mais rápida e sustentável”, afirma.

Por Assessoria

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