Há milhares de anos somos ainda medievais nos nossos costumes e cultura. Claro, em alguns pontos do mundo um pouco menos e em outros, um pouco mais.
Mas a dor só sente quem é preto. O peso de algo que deveria ser leve, torna-se, invariavelmente, rotina do dia a dia.
A cor da pele ainda é sinônimo de sucesso ou fracasso, nos dias de hoje, em pleno século XXI.
Na Europa, mas especificamente na Espanha, recentemente, algo clareou a rotina dos que sofrem com o desrespeito de ser inferiorizado, humilhado e motivo de mangação.
Vini dá novas cores ao racismo que sofre. Não só ele, mas todas e todos os que envergam a pele escura cintilada na África.
Os afro-brasileiros, remanescentes do último sistema escravocrata a ser abolido no mundo, sofrem aqui no Brasil, até os dias de hoje, com um velado antagonismo, preconceito, e sobretudo, falta de humanidade.
O governo brasileiro se levantou do berço esplêndido, e pôs no pescoço da Espanha, o colar pesado que um dia ornamentou a dor dos pretos e pretas que nos acalentaram.
Um por um, foi caindo por terra, a velada cisma.
Avante, Vini. Seja a mais clara evidência da resistência desse seu povo sofredor. Seja a mais alta voz que converge as forças do anti-racismno no mundo, ou de qualquer outro tipo de discriminação.
Você nos representa. Você é a cara alegre desse nosso país, que se transforma um pouco a cada dia em uma nação, com a ajuda da sua força, da sua arte de encantar, da sua alma que embala a justa justiça de um povo amalgamado na mistura de raças.
Esse golaço só poderia sair da sua matada no peito, ajeitada de direita e chute certeito, furando as redes dos racistas brancos.
Ave, Vini!
Fonte: Jornal de Arapiraca/ Carlo bandeira