Dez trabalhadores dos estados de Sergipe e Alagoas foram resgatados em condições análogas à escravidão em uma propriedade rural de café em Vila Pavão, no Noroeste do Espírito Santo. A operação de resgate foi realizada pelos auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com o apoio do Ministério Público do Trabalho, do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União e da Polícia Federal.
Os trabalhadores foram aliciados nos dois estados e submetidos a condições degradantes de trabalho. Eles precisavam pagar pela própria comida, transporte e instrumentos de trabalho. Os fiscais constataram que os trabalhadores foram atraídos para a fazenda por uma mulher que prometeu um bom salário, alojamento adequado, alimentação farta e passagens de ida e volta, tudo por conta do empregador. Mas ao chegar ao local, eles se depararam com uma situação completamente diferente.
As duas casas onde foram alojados não contavam com camas, armários para guardar as roupas e objetos pessoais, mesa e cadeiras para realizarem as refeições. Os colchões disponíveis eram finos e pareciam colchonetes. Em uma das casas não havia forro, o piso era de madeira e havia vãos no chão, entre os telhados e as paredes dos cômodos, permitindo a passagem de insetos e outros animais.
Os trabalhadores tinham apenas dois banheiros pequenos, sendo que em um deles o piso era de cimento rústico. O outro tinha um pequeno buraco no alto de uma das paredes que servia como janela. Não havia chuveiros e a água do banho saía de canos. A água dos banheiros, das pias das cozinhas e do único tanque das casas saía de uma caixa d’água, parcialmente tampada e instalada no alto de uma das casas.
Os trabalhadores foram retirados do local e receberão assistência do Estado para retornarem para suas casas. O proprietário da fazenda será notificado e terá que prestar esclarecimentos sobre as condições de trabalho oferecidas aos trabalhadores. O MTE destacou a importância de denunciar casos de trabalho escravo e pediu que a população fique atenta a situações de exploração de trabalhadores.
Por G1/ES