Diácono Miguel Valeriano da Silva, um professor de almas

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O professor Miguelzinho em fins de 1958, quando, como professor do Ginásio Nossa Senhora do Bom Conselho, aplicou a prova de português aos que tentavam a admissão ao ensino médio. Fui aprovado e passei a ser seu aluno nos dois primeiros anos de ginásio. Depois, somente na campanha política para prefeito de Arapiraca, em que foi eleito o advogado João Batista Pereira da Silva, voltei ao contato com aquele baixinho, como eu (as eleições foram em 1969). 

No início dos anos 70 fui convidado por José Moacir Teófilo para ensinar história naquele mesmo ginásio e aí, encontrei novamente e agora como colega, o professor Miguel Valeriano, pessoa de agradável convívio, bonachão, alegre sempre, mas que sabia ser sério, quando necessário.

Lembro muito bem de suas passagens, às 15 horas, no lanche dos professores, no convívio com outros sempre amigos, como padre Antônio Lima, professor Pedro Lima (depois) padre, professor Cardoso, professoras Cleonice Barbosa e Deusdeth, professor Carmino. Todos coordenados por Moacir Teófilo.

Depois do lanche, duas vezes por semana, o professor e também promotor de Justiça Miguel Valeriano dizia:

-Agora eu vou me apresentar ao município de Limoeiro, terra quem manda é a saia, e, vestida nela, uma grande mulher

O professor e promotor de Justiça referia-se a Dona Maria Júlia, líder inconteste daquele município.

Sua alegria e olhar perspicaz não deixava escapar nada. Gostava, e quem não gosta!, de olhar para a beleza do sexo oposto. Dizia ele:

-São essas coisas que alegram o coração de um velho mestre!

Miguel Valeriano, por sua honradez, seu amor às vidas, material e espiritual, seu bom humor, faz muita falta. 

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Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim,
ainda que esteja morto, viverá”

No dia 8 de novembro deixou esta vida passageira e cheia de ilusões com 77 anos de idade, para uma vida de eterna felicidade nosso caríssimo Diácono Miguel Valeriano. Conheci o adolescente Miguel Valeriano no Seminário Arquiepiscopal de Maceió/AL, onde permaneceu 3 anos e fui seu prefeito de disciplina. Deixou o seminário reconhecendo não ter vocação sacerdotal.

Continuou seu estudo. Estudou Direito e por concurso foi nomeado promotor público, exerceu a função com muita probidade como homem de caráter, que era. Miguel foi professor de Português, História e Filosofia. Lecionou no Colégio N. S. do Bom Conselho; no Quintella Cavalcante, onde também foi diretor e na Faculdade de Formação de Professores. Foi educador emérito, cuidando com muito êxito da formação intelectual, moral e ética dos seus alunos.

Miguel Valeriano que não conseguiu ser padre naturalmente casou-se com Lourinete Tavares tendo uma prole que honra Arapiraca. São seus filhos: José Karlisson e Marcelo Hermann Valeriano ambos médicos: o primeiro em Arapiraca/AL e o segundo no Rio de Janeiro/RJ e as odontólogas: Tânia Lúcia e Maria de Fátima. Miguel Valeriano Diácono. Como não foi sacerdote ouviu o chamado Divino para der Diácono Permanente da Igreja Católica. Foi recebido pela imposição das mãos de Dom Constantino Leurs, Bispo de Penedo. Como Diácono compete anunciar e pregar a palavra de Deus e distribuir a Sagrada Eucaristia; administrar o sacramento do batismo; presidir casamentos e cuidar dos pobres e de outras atividades caritativas.

Tive a felicidade de encontrar, na Paróquia de N. S. do Bom Conselho, o Diácono Miguel que foi meu grande auxiliar e companheiro fiel durante 24 anos sempre tive muita admiração por seu espírito de fé, por sua paciência em esperar pelos batizados e casamentos que realizava ou presidia, com muita alegria e honra.

Ele viveu a palavra de São Paulo principalmente no momento de partia para a eternidade: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça e o Senhor justo juiz, me dará naquele dia” ( 2 Tm 4,7-8 ).

Aos familiares nosso sincero pesar e consolação nas Palavras de Jesus “Eu sou a Ressurreição e a Vida quem crê em Mim, jamais morrerá”. 

Publicado na revista “O Mensageiro”, dezembro de 2007

FONTE: JORNAL DE ARAPIRACA /MANOEL LIRA, ELI MÁRIO E ROBERTO BAÍA

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