No ano de 2022, Alagoas registrou quatro casos de violação contra crianças e adolescentes por dia, sendo 48% desses casos cometidos por parentes próximos à vítima. Dentre os suspeitos temos pais, mães, padrastos/madrastas, avós e tios. Os dados são da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.
As crianças e adolescentes de Alagoas vêm sofrendo violações de seus direitos a cada dia que passa. Mais da metade dos acusados de cometer tais violações são parentes das vítimas.
A violência contra menores é um sério problema social a ser enfrentado pelos governos, entidades sociais e sociedade como um todo. Esse fenômeno deixa marcas a longo prazo, com consequências mentais, emocionais e físicas que se arrastam para a vida adulta, provocando um impacto profundo no desenvolvimento das crianças e adolescentes.
Neste ano de 2023 a situação não difere muito do ano passado. Até março deste ano, foram registrados 704 casos de maus-tratos contra menores de idade, onde 62% dos casos tiveram como acusados parentes próximos das vítimas.
No dia 23 de março, um homem, que não foi identificado, foi preso acusado de estuprar suas duas enteadas, no Benedito Bentes, em Maceió . A mãe das vítimas também foi detida pelo crime.
Em Penedo, um idoso de 62 anos foi preso acusado de estuprar sua neta de cinco anos de idade.
A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL) vê com preocupação a quantidade de registros desse tipo de violência. Segundo a membro da Comissão de Defesa da Criança e do Adolescente da instituição, Narcyjane Limeira Torres, o mais estarrecedor é saber que os casos ocorrem principalmente nas próprias residências das vítimas, local que deveria ser de acolhimento e segurança.
“É interessante cobrar dos órgãos públicos demonstrando a importância da educação sexual para a compreensão das situações de abuso, o que pode levar as crianças a prevenir, evitar e reportar esses casos. Além disso, assegurar a garantia, nos orçamentos da União, dos estados e municípios, de recursos para a oferta de serviços de atendimento e para campanhas de prevenção”, conclui a advogada.
Por Felipe Ferreira