Dossiê Fotografia Alagoana lança edição impressa com trabalhos de 20 artistas alagoanos

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Nicollas Serafim
A 2ª temporada do “Dossiê Fotografia Alagoana” teve seu encerramento em grande estilo: a publicação do livro físico destacando as produções fotográficas dos 20 fotógrafos desta edição. A versão impressa do Dossiê já está disponível para a aquisição do público. O projeto, idealizado pelo blog Aqui Acolá e retomado através de recursos de incentivo da Lei Paulo Gustavo do Estado de Alagoas, é composto por matérias especiais que esmiuçam e investigam os olhares, obras e artistas da fotografia de Alagoas. A impressão do fotolivro também foi possível através dos recursos municipais da Lei Paulo Gustavo de Maceió.

O Fotolivro Dossiê Fotografia Alagoana – 2ª edição pode ser adquirido no valor de R$ 120 diretamente com a diretora do projeto Iranei Barreto através do telefone (82) 99920-6033. Já para os fotógrafos participantes desta edição, o valor é simbólico. Através das vendas dessa publicação, toda a renda arrecadada será destinada à impressão da 1ª edição do projeto, que, à época, não contou com recursos suficientes para sua publicação em formato físico. Esta edição destaca os trabalhos visuais dos fotógrafos Celso Brandão, Gabi Coêlho, Gustavo Pereira, Márcio Valença, Amanda Bambu, Gabriel Moreira, Alisson Frazão, Itawi Albuquerque, Dilma de Carvalho, Ducy Lima, Edvaldo Vasconcelos, Deth Nascimento, Jacque Lima, Lícia Moreira, João Erisson, Flávia Gazzanéo, Matheus Monstro, Ana Clark, Josian Paulino e Orlando Costa.

A proposta do Dossiê é registrar, a cada edição, aspectos da produção fotográfica no estado com o objetivo de contribuir para identificação, reconhecimento e valorização deste segmento. Também faz parte do projeto discutir a relação da fotografia com a contemporaneidade, a fotografia documental e artística, tendências de vanguarda, exposições, equipamentos e impressões, além de abordar a profissionalização e desafios do mercado local. “Concluir esta 2ª temporada foi um marco importante, especialmente diante dos inúmeros desafios enfrentados, como os impactos da pandemia de Covid-19. Uma grata surpresa foi a aprovação em leis de incentivo, que não apenas permitiram a retomada do projeto, mas também viabilizaram a publicação de um e-book pelo LPG do Estado. Além disso, pela primeira vez, conseguimos realizar uma edição impressa, graças ao apoio da LPG do Município de Maceió”, relata a idealizadora Iranei Barreto.

A equipe responsável pelo Dossiê Fotografia Alagoana é composta pela jornalista Iranei Barreto (direção, pauta, revisão e produção), o publicitário Joenne Mesquita (identidade visual tanto do projeto como do livro impresso e do e-book) e o jornalista Nicollas Serafim (textos). O projeto teve início com a publicação de uma série de entrevistas com 20 fotógrafos, entre os anos de 2017 e 2018, dentro do Blog Aqui Acolá e nas suas redes sociais, além de versão compacta publicada no Jornal de Arapiraca e na revista Painel Alagoas, resultando em 10 edições especiais.

A fotógrafa Gabi Coêlho foi a primeira entrevistada na retomada do projeto em sua 2ª temporada, em matéria realizada em novembro de 2019. “Participar do Dossiê foi uma experiência incrível. Eu estava nos primeiros anos da carreira e a experiência foi uma das ferramentas que me ajudou a olhar para o meu trabalho de forma mais crítica. O convite para falar sobre a produção é sempre uma oportunidade de pausa e reflexão. É como se a gente tivesse que ser mais crítico e isso é sempre engrandecedor”, lembra ela. “Eu e meu trabalho mudamos bastante de 2019 para cá e o Dossiê foi um marco, figura para mim como um registro importantíssimo do começo da carreira e dos passos que eu vim trilhando até aqui. Tive a honra de dividir espaço com um dos nomes mais respeitados da nossa fotografia, o querido Celso Brandão”. Gabi também comentou acerca da trajetória do projeto: “Venho acompanhando a produção do Dossiê de lá para cá e visto com alegria a pluralidade de perspectivas e anseios, o que é fascinante. Por conta dessa abrangência, o Dossiê figura hoje como uma das documentações mais importantes da produção fotográfica alagoana”, conclui.

Orlando foi o último entrevistado desta edição e comentou sobre como foi ter integrado o Dossiê e como sua participação foi vista em seu ciclo de clientes, amigos e familiares. “Primeiramente agradeço pelo espaço de ter meu trabalho sendo visto por pessoas que têm essa possibilidade de disseminar e divulgar a fotografia. Foi muito bom ter minha história e meu trabalho sendo publicado, tanto na revista impressa como no meio digital, e foi motivo de orgulho para meus familiares, meus amigos que viram”, revela. “Espero que o Dossiê continue sendo espaço de oportunidade para outros artistas do estado, que lutam muito para ter seu trabalho visto e reconhecido.

Segundo Iranei, a ideia de criar o Dossiê Fotografia Alagoana surgiu em 2017, a partir de um processo de observação do movimento de fotógrafos no estado. “Com a criação do Blog Aqui Acolá e também por conta de alguns trabalhos realizados no mercado de arte alagoano, conheci um número crescente de fotógrafos, profissionais e amadores, de todas as idades e estilos”, afirma. “Como jornalista e pesquisadora, senti a necessidade de documentar esse movimento tão rico e dinâmico. Foi então que criei o projeto em formato de Dossiê, com regras específicas para contemplar o maior número possível de artistas, mas sem cair na superficialidade. O objetivo sempre foi dar visibilidade a esses fotógrafos de maneira criteriosa e profunda”. Ela também relata que alcançar a linha de chegada não foi uma tarefa fácil, mas os desafios foram superados com sucesso. “A repercussão, no entanto, foi o maior combustível ao longo desse caminho. O reconhecimento do público e, principalmente, a satisfação dos fotógrafos convidados foram fundamentais para superar os desafios e fortalecer a convicção de que este é um trabalho significativo para a cultura alagoana”, analisa.

Após o lançamento da 2ª temporada do Dossiê em formato de fotolivro digital e livro impresso, o próximo passo do projeto será o de buscar recursos para tornar a 3ª temporada uma realidade. “Nesta nova edição, temos como objetivo expandir ainda mais o alcance, incorporando as histórias e trajetórias de fotógrafos de outras regiões do estado. Isso enriquecerá a diversidade de perspectivas e ampliará a representatividade da fotografia alagoana”, pretende Iranei.
Ela destaca ainda que, mais do que um projeto, o Dossiê se torna um documento histórico que registra a evolução da fotografia em território alagoano. “Estamos narrando histórias para o presente e o futuro, e, por que não dizer, também para o passado. Este projeto é, acima de tudo, uma celebração do talento local e uma forma de preservar a memória cultural do estado através da fotografia”.

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