Rico Melquíades depõe nesta quarta à CPI das Bets; STF garante direito ao silêncio

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O influenciador digital alagoano Rico Melquíades comparece nesta quarta-feira (14) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado Federal. A convocação faz parte da investigação sobre a promoção irregular de jogos de azar online por personalidades da internet.

Na véspera do depoimento, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu parcialmente um pedido da defesa de Rico. Ele autorizou que o influenciador permaneça em silêncio durante a oitiva, caso as perguntas possam levá-lo à autoincriminação. Apesar disso, o comparecimento continua obrigatório, e Rico será ouvido como testemunha, devendo se manifestar sobre os fatos que envolvem a apuração.

Moraes também determinou que o influenciador esteja acompanhado de advogados durante todo o depoimento, podendo consultá-los sempre que julgar necessário.

A convocação foi feita pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MT), relatora da CPI. Segundo ela, Rico Melquíades foi citado na Operação Game Over 2, deflagrada pela Polícia Civil de Alagoas, que investiga a divulgação ilegal de jogos de azar na internet.

Para a senadora, a presença do influenciador é “essencial para compreender como se estruturam as campanhas de divulgação de jogos ilegais, quais são os vínculos entre influenciadores e essas plataformas, e de que forma tais práticas impactam negativamente a sociedade, em especial os grupos mais vulneráveis”.

Além de Rico, a advogada e ex-participante do Big Brother Brasil 2016, Adélia de Jesus Soares, também havia sido chamada para depor nesta quarta. No entanto, ela obteve habeas corpus do ministro Dias Toffoli, do STF, e não será obrigada a comparecer.

Entenda a CPI das Bets

Instaurada em novembro de 2024, a CPI das Bets tem como foco investigar os impactos dos jogos de apostas online no orçamento das famílias brasileiras e possíveis vínculos dessas plataformas com organizações criminosas envolvidas em lavagem de dinheiro.

Outro ponto de atenção do colegiado é o uso de influenciadores digitais na promoção dessas atividades.

Na terça-feira (13), foi a vez da influenciadora Virgínia Fonseca prestar depoimento. Apesar de ter obtido um habeas corpus garantindo o direito ao silêncio, ela respondeu à maioria das perguntas, recusando-se apenas a falar sobre o maior valor que recebeu em campanhas para casas de apostas.

Virgínia afirmou que os valores pagos foram declarados à Receita Federal e negou ter recebido qualquer tipo de bônus relacionado às perdas de seus seguidores nas apostas — o chamado “cachê da desgraça”. Ela ainda destacou que sua fortuna não foi construída com contratos com empresas de apostas, mas sim com os negócios da sua marca de cosméticos e maquiagens, a Wepink, além de outras campanhas publicitárias.

Por Redação / CNN

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