POR REDAÇÃO
Relatório revela presença de metais pesados na água e liga atividade de mineradora à degradação ambiental no município
Um relatório técnico do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) alerta para a necessidade urgente de monitoramento contínuo da atividade mineradora em Craíbas, no Agreste alagoano. A preocupação principal é a possível contaminação do Riacho Salgado por metais pesados, o que representa risco direto à biodiversidade aquática e à saúde das populações locais.
A análise foi realizada por técnicos do IMA em julho de 2024, após denúncia de impactos ambientais relacionados à operação da Mineração Vale Verde (MVV), empresa adquirida em março deste ano pelo grupo chinês Baiyin Nonferrous por mais de R$ 2,3 bilhões. Amostras coletadas a montante e a jusante da empresa revelaram concentrações elevadas de metais como cobre dissolvido, chumbo total, alumínio e manganês, além de poluentes como óleos, graxas, coliformes fecais e fósforo — todos em níveis acima dos limites estabelecidos por normas ambientais federais.
O relatório do IMA reforça dados já apontados em estudos anteriores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), realizados entre 2021 e 2023, que identificaram níveis preocupantes de metais pesados no Riacho Salgado. Segundo os técnicos, os resíduos gerados no processo de extração e separação de minérios têm impacto direto sobre a fauna e flora aquáticas, podendo causar doenças de pele, problemas respiratórios e até câncer com o contato prolongado. A Mineração Vale Verde, em nota, afirmou que segue todas as exigências legais e ambientais e mantém seu compromisso com as comunidades vizinhas às suas operações.