Investigação apura desvio de mais de R$ 483 mil na Prefeitura de Atalaia

Compartilhe

Prefeitura de Atalaia – Foto: Divulgação

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL) investiga um suposto esquema de desvio de salários na Prefeitura de Atalaia, envolvendo servidores e empresários. A investigação teve início após um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que detectou transações financeiras atípicas entre 2021 e 2023.

O principal suspeito é um servidor público que, mesmo com uma renda oficial de R$ 3.272,57, movimentou mais de R$ 483 mil no período analisado. Entre outubro de 2022 e março de 2023, ele movimentou R$ 271.065,00, enquanto entre abril e agosto de 2023, os valores chegaram a R$ 212.299,00. Os montantes eram transferidos por meio de depósitos, transferências bancárias e PIX, o que, segundo o COAF, pode indicar tentativa de ocultar a origem dos valores.

As apurações apontam que parte dos valores era recebida da Câmara dos Vereadores de Colônia Leopoldina, cerca de R$ 15.300,00, e de outros servidores da Prefeitura de Atalaia. O dinheiro, então, era redistribuído para outros funcionários da própria Prefeitura, reforçando a suspeita de desvio de salários.

Até o momento, foram identificadas pelo menos 61 pessoas e empresas possivelmente envolvidas no esquema, incluindo servidores, empresários e intermediários financeiros. A investigação também revelou uma lista de pessoas que transferiram quantias significativas para o servidor investigado, assim como servidores que receberam parte desses valores.

Com foi identificado que o desvio não era de recursos federais, a investigação ficou sob a responsabilidade da 2ª Promotoria de Justiça de Atalaia, que assume a condução do caso e deverá adotar medidas como a quebra de sigilo bancário e fiscal dos suspeitos, auditorias em folhas de pagamento e verificação de contratos.

O caso segue sob sigilo de justiça, mas a repercussão política e institucional deve crescer nas próximas semanas. Caso as irregularidades sejam confirmadas, os envolvidos poderão responder por peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa, crimes cujas penas variam de 1 a 12 anos de prisão.

Por Política em Pauta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *