Há 26 anos nascia uma história esquecida

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Dezembro, dia 16! O ano foi o de 1998. Era noite. Uma diplomação foi o evento que traçou o último suspiro de uma verdadeira revolução. Uma revolução em Arapiraca e Alagoas, que mudaria os destinos de uma população que sucumbia sob força Verde Oliva.
Josefa Santos Cunha, 49 anos àquela época, deixa-nos, numa partida inesperada. Seu legado já se via a olhos nus. Uma mulher doutora parteira que induziu e apartou recém-nascidos aos montes, mas também transformou esperanças em fatos.

Arapiraca, em 1988, elege vereadora esta doutora que atendia debaixo de árvores, e que fez nascer uma política mais cidadã. Estava parlamentar a Josefa, a Doutora Ceci Cunha.

Enquanto vereadora, Ceci aproximou as reivindicações populares do Poder político, através do fortalecimento das instituições, em Arapiraca, que representavam os anseios da população, reprimidos por aquele regime de mãos de ferro que estava saindo de cena, sendo substituída pela redemocratização do Brasil.


Ceci Cunha já estava Deputada Federal em 1995. Conhecedora das carências da população que representava, trabalhou com toda a sua força vital, em prol da cidadania que ainda faltava. Sua família era Alagoas. Não havia município alagoano que a procurasse, que ela não atendesse. Suas ações políticas transpuseram diferenças partidárias e ideológicas. No seu gabinete cabia todos os sofrimentos de uma população que pedia por intercessão. E lá estava ela, pronta e atenta para realizar os sonhos desejados pela cidadania.


Alagoas e muito principalmente Arapiraca, jamais, em tempo algum, deve esquecer esta mulher que nasceu para a eternidade como a Formiguinha das Alagoas. E todas e todos nós sabemos o que esta formiguinha trouxe para as populações desassistidas pelo Poder Público.
É imperativo glorificar uma luta que guerreou em favor de vidas, de vidas dignas que se escondiam nos banheiros e casas de taipas, que morriam de sede. E as crianças, muitas delas, mal completavam um mês de vida, a grandessíssima maioria levadas pela difteria.
Mas Ceci foi o instrumento que estancou, como pôde, o sofrimento de quem rogasse por afago, por sua atenção, por seu amor humanitário.

Ceci não morreu, nasceu um pouquinho dentro de nós!

Por Carlo Bandeira

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