“Na Pegada do Coco”: série documental mergulha na alma do coco alagoano e grava momentos históricos em Alagoas

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Ponto alto das filmagens será nos dias 11 e 15 deste mês, quando o Projeto fará gravações com grupos de coco de roda, durante o Festival Municipal de Coco de Roda, em Maceió

Sidinéia Tavares _ Assessoria
Fotos: Benita Rodrigues

É no compasso da pisada firme, da palma que responde, do canto que atravessa o tempo, que avança a série documental “Na Pegada do Coco”. Dirigida pela coquista e produtora Juliana Barreto, a produção tem atravessado caminhos, terreiros e corações desde o dia 30 de abril, quando deu início às gravações em solo alagoano. O destino é claro: registrar, com respeito e sensibilidade, a memória viva do coco de roda e do coco de embolada, ritmos que são corpo, chão, reza e resistência.
As cidades visitadas, como Arapiraca, abriram suas portas e quintais para a equipe da série, que recolhe histórias como quem colhe frutos maduros — com cuidado, escuta e celebração.
Mas é neste mês de junho, nos dias 11 e 15, que o projeto viverá um dos seus momentos mais marcantes. Durante o Festival Municipal de Coco de Roda, no estacionamento do Mercado 31, no bairro do Jaraguá, em Maceió, as câmeras irão captar o que há de mais puro e ancestral na tradição do coco alagoano: o giro dos corpos, a cadência do trupé, a alegria que pulsa no pé batido, no tambor que chama, na voz que sabe.
“Na Pegada do Coco mergulha nas histórias e resistência desse ritmo tão potente da arte alagoana. Estamos muito animados com o que vem por aí”, revela Juliana Barreto, com os olhos brilhando diante da potência dos encontros que têm marcado as filmagens.
A série é um gesto de reverência a mestres e mestras, a grupos comunitários, a famílias inteiras que mantêm viva a chama do coco em cada gesto e cada verso improvisado. É também uma ode à coletividade: à forma como o povo se junta, se reconhece e celebra a vida, como nas antigas tapagens de casa de pau-a-pique, quando — como narra o Mestre Verdelinho — o chão virava festa e os dançantes disputavam quem sustentava por mais tempo o sapateado forte do trupé.
Com lançamento previsto para meados de 2026, a série contará com oito episódios, trazendo não apenas registros audiovisuais, mas também uma experiência sensível e poética da cultura alagoana. A série tem produção executiva assinada por Alessandra Moretti, já o roteiro e a pesquisa são assinados por Juliana Barretto, Nicolle Freire e Simone Cavalcante, que caminham por entre memórias como quem percorre um mapa invisível de afetos e saberes.
A produção é da Céu Vermelho Fogo Filmes, com co-produção da Pisada da Onça Produções e apoio da Rede Sociocriativa de Coco. Realizada por meio do Edital de Fomento à Produção Audiovisual Alagoana – Longas e Séries, com recursos da Lei Paulo Gustavo_ edital Casamento e Negócios/Fomento para longas e séries. A gravação também conta com o suporte do Governo do Estado de Alagoas e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de Maceió.
Mais do que uma série, “Na Pegada do Coco” é um registro amoroso daquilo que o tempo não apaga. É um gesto de memória para que, amanhã, crianças possam olhar para trás e se reconhecer na pisada dos mais velhos. Para que o coco siga ecoando em rodas de quintal, nas festas de terreiro, nos palcos da vida e do mundo.
Porque o coco é raiz e é asa. É chão batido e céu aberto. É Alagoas pulsando em corpo e canto.

Serviço: Gravação da Série documental “Na Pegada do Coco”
Quando: Dias 11 e 15 de junho
Onde: Estacionamento do Mercado das Artes 31_ Jaraguá
Horário de gravação: das 19:30h às 20: 10h

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