Estudante produz filme sobre impacto das mudanças climáticas na alimentação

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A estudante de Ciências Biológicas, Maria Júlia Batalha, fez de seu trabalho de conclusão de curso (TCC) sobre hortas urbanas, uma forma de homenagear a avó Dolores Maria, já falecida, e que adorava o contato com as plantas. A temática atual sobre a necessidade de valorizar e proteger o meio ambiente transformou a produção acadêmica da aluna do Campus Arapiraca em um documentário, fazendo de uma lembrança familiar um alerta sobre as consequências das mudanças climáticas na alimentação humana.

O filme tem como título Amyá ay Barae que, na língua indígena Xukuru-Kariri, significa alimentando o futuro. “O nome se deu devido aos voluntários que aceitaram ser entrevistados e são da liderança dos Xucuru-Kariri”, contou Maria Júlia.

A aluna relata que o documentário aborda a realidade dos desastres naturais e a interferência humana no planeta. Aquecimento global, hortas urbanas e plantas alimentícias não convencionais (Pancs) são alguns dos pontos abordados no enredo protagonizado por pessoas que residem nos municípios alagoanos de Delmiro Gouveia, Palmeira dos índios e Arapiraca. Todas as atividades foram orientadas pela docente Larissa Sátiro.

Contada em solo alagoano, a história despertou interesse internacional sendo aprovada para o Festival de Jovens Cineastas de Kosovo (KYFF) , um espaço aberto a jovens de todo o mundo para explorar e expressar seus projetos audiovisuais.

“Eu fiz a inscrição pela Filmfreeway, uma boa plataforma para quem deseja enviar filmes para todos os festivais que estão acontecendo no mundo”, relatou a jovem. O resultado da aprovação surpreendeu. “Eu fiquei muito emocionada. Eu já estava para desistir, pois ele foi rejeitado por quatro vezes. Então, fiquei muito feliz e saí ligando para todos da equipe, minha orientadora e familiares também. Foi muito lindo, de verdade”, vibrou Maria Júlia.

Ela conta que, no momento, o documentário não está acessível ao público, devido às regras do festival europeu que ela precisa seguir, mas que, em breve, todos poderão conferir. “Logo, logo, estará disponível para todos assistirem no acervo da Biblioteca da Ufal”, adianta a aluna.

Dar mais visibilidade à produção acadêmica

Larissa conta que essa nova modalidade de defesa de TCC, instituída no curso de Ciências Biológicas do Campus Arapiraca, tem apresentado resultados significativos, uma vez que torna mais acessível as pesquisas realizadas pelos estudantes.

“A defesa nessa modalidade visa expandir a divulgação da pesquisa por outras vias a fim de alcançar o público de uma forma geral, e, para a nossa surpresa, até a comunidade internacional”, comemorou.

A docente argumenta que essa é mais uma forma de divulgar o nome da Universidade Federal de Alagoas para além das produções estritamente acadêmicas. “Essas formas de se comunicar são importantes, mas precisam ser extrapoladas se quisermos que as grandes discussões saiam dos muros da universidade e atinjam quem, verdadeiramente, é afetado por elas”, ressaltou.

O documentário de Maria Júlia é o segundo TCC defendido nessa modalidade. O primeiro foi o do aluno George Moura que apresentou os saberes tradicionais sobre o uso de plantas medicinais  . Ele também foi orientado por Larissa.

A expectativa, afirma a docente, é ampliar cada vez mais essa modalidade diante da repercussão positiva que as produções vêm conquistando. “Este ano, o festival de jovens cineastas ocorreu de forma independente. É a primeira edição nesse formato e a Maria Júlia concorreu na categoria documentário. Os filmes estão sendo bem aceitos. Essa foi a primeira participação do documentário da Maria Júlia. Estamos inscritas em muitos outros e, certamente, ainda teremos outras indicações”, disse confiante.

Por Assessoria

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