Grávidas em macas e água jorrando do teto: caos no Hospital Regional de Arapiraca revolta população

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POR REDAÇÃO

A situação no Hospital Regional de Arapiraca (HRA), no Agreste de Alagoas, voltou a causar indignação após a divulgação de um vídeo impactante nas redes sociais neste sábado (17). As imagens mostram gestantes e puérperas com seus bebês recém-nascidos acomodadas precariamente em macas nos corredores, enquanto uma grande quantidade de água jorra do teto devido a infiltrações.

A denúncia escancarou não apenas a falta de estrutura física da unidade, como também aprofundou a preocupação da população diante dos recentes casos de mortes de mães e bebês ocorridas na maternidade do hospital.

Tragédias recentes e denúncias de negligência

O episódio mais recente aconteceu no dia 8 de maio, quando um bebê faleceu dois dias após nascer na unidade. Os pais, devastados, acusam a equipe médica de ter utilizado manobras agressivas durante o parto, o que teria causado lesões graves ao recém-nascido. Um Boletim de Ocorrência foi registrado pela família na sexta-feira (16), cobrando investigação e responsabilização.

Outro caso que gerou comoção ocorreu em 30 de abril. A gestante Daniele deu entrada no hospital para dar à luz sua filha, Ayla. Minutos após o parto, mãe e filha morreram. A tragédia abalou a cidade e gerou questionamentos sobre a conduta médica no atendimento.

Em resposta, o hospital afirmou que Daniele sofreu um quadro clínico raro e gravíssimo: síndrome de HELLP, pré-eclâmpsia severa e ruptura de um hematoma subcapsular hepático, condição que provoca hemorragia interna e levou a um choque hipovolêmico irreversível. A direção negou qualquer falha na assistência médica prestada.

Caos estrutural e silêncio institucional

Apesar da gravidade das denúncias, até o momento o Hospital Regional não se pronunciou oficialmente sobre o vídeo que mostra a infiltração de água e a superlotação nos corredores. Gestantes, puérperas e recém-nascidos permanecem em condições insalubres e improvisadas, expondo-se a riscos ainda maiores.

A ausência de resposta da instituição diante de problemas estruturais recorrentes reforça a sensação de descaso. Moradores da região, familiares de pacientes e profissionais da saúde cobram posicionamentos firmes das autoridades e investimentos urgentes na reestruturação da unidade.

Investigação em andamento

Diante dos múltiplos relatos de mortes e falhas no atendimento, a Polícia Civil de Alagoas instaurou inquéritos para investigar os casos. As apurações visam esclarecer se houve negligência, imperícia ou imprudência médica por parte dos profissionais envolvidos.

Enquanto isso, o Hospital Regional de Arapiraca permanece sob os holofotes de uma crise que, além de estrutural e funcional, é também profundamente humana. A população exige respostas e ações concretas para que novas vidas não sejam perdidas de forma trágica e, possivelmente, evitável.

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