POR REDAÇÃO
O vício em jogos de aposta online fez mais uma vítima no Brasil. Um morador de Arapiraca, no Agreste alagoano, perdeu R$ 350 mil no “Jogo do Tigrinho” — uma plataforma que simula caça-níqueis e tem sido amplamente promovida por influenciadores digitais nas redes sociais. O caso, que tomou conta dos grupos e páginas da cidade, é mais do que uma tragédia pessoal: tornou-se um alerta para milhares de brasileiros expostos diariamente a esse tipo de armadilha virtual.
De acordo com familiares, o homem começou com apostas pequenas, como forma de entretenimento. No entanto, em poucos dias, passou a investir valores maiores, tentando recuperar o que já havia perdido. A escalada foi rápida e cruel: o montante perdido somou R$ 350 mil, incluindo suas economias e valores obtidos através de empréstimos. Ele agora enfrenta não apenas o prejuízo financeiro, mas um abalo emocional profundo.
Popular entre jovens e adultos, o “Jogo do Tigrinho” apresenta uma estética colorida e lúdica, mas opera com mecanismos idênticos aos de um cassino digital. Especialistas alertam que esse tipo de jogo trabalha com algoritmos viciantes e reforço intermitente, mantendo o usuário preso em um ciclo de perdas e falsas promessas de recompensa.
A família do apostador, abalada com a situação, está buscando apoio psicológico para ajudá-lo a lidar com o impacto do ocorrido. “Ele está completamente desestabilizado. Não é apenas o dinheiro. É a culpa, a vergonha, o desespero. Estamos tentando ampará-lo como podemos”, contou um parente próximo, sob anonimato.
Entidades de defesa do consumidor e profissionais da saúde mental vêm cobrando a criação de regras claras para a veiculação e o acesso a jogos online que envolvem apostas em dinheiro. A ausência de regulamentação no Brasil favorece o crescimento de plataformas que exploram a fragilidade emocional de milhares de pessoas, muitas delas sem qualquer preparo para lidar com os riscos envolvidos.