Juiz e atleta Rômulo Vasconcelos celebra suas conquistas esportivas – Foto: Manuelly Campos
Com quase três décadas de magistratura e mais de vinte anos de trajetória no cenário esportivo, o juiz alagoano Rômulo Vasconcelos, de 68 anos, segue acumulando conquistas que vão além das salas de audiência. Veterano nos Jogos Nacionais da Magistratura – competição que reúne juízes de todo o país em diferentes modalidades – ele voltou a se destacar na edição deste ano, realizada entre os dias 30 de abril e 3 de maio, em Maceió.
Ao lado de sua esposa, a enfermeira Dayse Juliane, conquistou 12 medalhas em provas de atletismo. “Eu ganhei duas de ouro, duas de prata e duas de bronze. Ela conquistou cinco medalhas de ouro e uma de prata. Foi um sucesso total para a representação de Arapiraca nesse evento”, afirmou. A competição, que está em sua 11ª edição, contou com cerca de mil magistrados inscritos de diversos estados.

Uma vida dedicada ao esporte
A trajetória de Rômulo no esporte começou ainda na juventude. “Com 18 anos, fui um dos pioneiros nas corridas de rua. Na Escola Técnica Federal de Alagoas, atual IFAL, eu participava de equipes de atletismo. Sempre era chamado para integrar grupos de corrida”, relembrou. Foi nessa época, jogando na base do Murici, que ganhou o apelido que ainda carrega hoje: “Flecha de Murici” – uma referência à sua velocidade em campo.
Com o passar dos anos, ele continuou competindo em diversas provas. “Participei de corridas no município, no estado e por todo o Brasil. Embora goste muito de futebol e ainda jogue nos campeonatos dos magistrados, minha dedicação maior sempre foi à corrida, tanto rústica quanto de velocidade. Durante esse tempo, me especializei nas provas de velocidade, e, nos últimos quinze anos, tenho ficado entre os três primeiros na minha faixa etária”, comentou o juiz.
Duas décadas de jogos e cerca de 60 medalhas
Desde os primeiros Jogos Nacionais da Magistratura, que iniciaram há 25 anos, Rômulo participa ativamente das competições. Em sua trajetória no evento, já acumula cerca de 60 medalhas. As edições realizadas em João Pessoa, Aracaju, Fortaleza, Goiânia e Maceió estão entre as que mais se destacou. “Nesses cinco eventos, conquistei entre seis e dez medalhas em cada um.”

Neste ano, uma inovação foi sua estreia na natação. “Há seis meses, comecei a treinar com um professor e me habilitei na prova de 50 metros no nado livre. Consegui a medalha de prata logo na primeira participação. Fui o segundo juiz brasileiro a conquistar essa colocação para Alagoas”, comemorou o magistrado.
União dentro e fora das pistas
Segundo Rômulo, as competições também reforçam os laços familiares. “Na minha casa, o esporte tem uma importância muito grande. Minha esposa também participa de corridas e me acompanha nos treinos. Meu filho mais velho, de 17 anos, joga na base do ASA e já foi capitão do sub-17. O de nove anos também joga na escolinha do ASA e já recebeu convite para jogar no Bahia. E minha filha, de seis, participa de natação e ginástica.” Para ele, essa vivência esportiva tem fortalecido ainda mais o vínculo entre todos.
Integração e qualidade de vida
Além de representar um importante marco esportivo, a 11ª edição dos Jogos Nacionais da Magistratura também teve forte impacto na economia de Maceió, movimentando a rede hoteleira da capital. Grande parte dos hotéis da orla foi ocupada por juízes e familiares, e Alagoas contou com uma participação expressiva na competição. Assim, o evento não apenas impulsionou o setor turístico, como também fortaleceu a economia local, movimentando diversos segmentos durante o período das atividades.

As 13 modalidades incluíram atletismo, beach tênis, natação, sinuca, xadrez e tênis de mesa. Segundo Rômulo, a separação por faixas etárias é essencial para garantir mais justiça nas disputas, evitando confrontos entre participantes com grande diferença de idade. De acordo com o juiz, os Jogos Nacionais da Magistratura têm como principal objetivo promover a integração entre os magistrados e incentivar a prática de atividades físicas, visando o bem-estar físico, mental e social. “Tivemos juízas de 70 anos nadando e conseguindo medalhas”, destacou o magistrado, evidenciando a importância da prática esportiva em todas as idades.
Com fôlego de iniciante e paixão de veterano, Rômulo Vasconcelos segue provando que dedicação e disciplina são aliados indispensáveis tanto na Justiça quanto no esporte – mantendo um desempenho admirável nas competições e levando, a cada medalha conquistada, o nome de Arapiraca para o lugar mais alto do pódio.
Por Manuelly Campos