Emoção, superação e inclusão marcam estreia do espetáculo “Teatro Azul” em Arapiraca

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Estreia do espetáculo “Teatro Azul” em Arapiraca – Foto: Assessoria

A cidade de Arapiraca viveu, nesta segunda-feira (28), um momento histórico e emocionante com a estreia do espetáculo “Teatro Azul: Um Mundo de Possibilidades”, realizado pela Associação Amor Perfeito Azul (APA). A apresentação, protagonizada por crianças e adolescentes autistas, lotou o Teatro do Planetário e encerrou com chave de ouro o Mês de Conscientização do Autismo.

Foi o primeiro espetáculo teatral da APA — entidade que atende cerca de 200 pessoas com autismo em Arapiraca e cidades vizinhas — e já nasceu como um marco para a cultura inclusiva no estado. Contemplado pelo edital da PNAB Alagoas, o projeto conquistou o 3º lugar estadual na categoria de Artes Cênicas e demonstrou que a arte, quando acessível, transforma vidas.

Idealizado e coordenado pela radialista e assistente social Rejane Barros, com direção do professor de teatro inclusivo Henrique Avlis, o espetáculo emocionou o público do início ao fim. Música, dança, pintura em tela e movimentos corporais expressaram o que palavras muitas vezes não conseguem dizer. Foi arte em sua forma mais sensível e libertadora.

“As meninas Letícia e Laysa, por exemplo, pintaram ao vivo no palco e, com seus pincéis, mostraram uma comunicação não verbal que tocou todos nós. Joseph esculpiu um dinossauro em cena, ele trabalha com biscuit. Emoções, habilidades sociais, sentimentos – tudo estava ali nas cores e nas expressões deles”, destacou o artista plástico Cícero Brito, que doou dois cavaletes utilizados pelas jovens artistas.

A emoção estava por toda parte: nos olhos marejados dos pais que viram seus filhos em cena pela primeira vez, nos sorrisos das crianças ao final de cada apresentação, na vibração do público e na presença significativa de representantes da sociedade. Entre os presentes estavam membros do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, representantes das secretarias municipais de Cultura e Educação, a vereadora Jaqueline Barbosa, além de convidados como o DJ Luiz Felipe e Daniel, ambos pessoas com deficiência e atuantes na cena cultural de Arapiraca.

“Ver nossos filhos no palco é algo que palavras não explicam. Muitos deles nunca tinham entrado em um teatro, e hoje estão aqui, superando barreiras, quebrando estigmas”, declarou, emocionada, Isa Almeida, coordenadora da APA.

A produção do espetáculo contou ainda com o talento e dedicação de Yasmim Kelly, responsável pela produção, e das colaboradoras Elaine e Isa, que, em nome da APA, agradeceram a todos que contribuíram para a realização desse sonho.

Rejane Barros, que escreveu e coordenou o projeto, não conteve as lágrimas ao final da apresentação:
“Esse foi um grito de liberdade. A arte precisa ser acessível, inclusiva, sem capacitismo. Esse espetáculo prova que é possível. O teatro é para todos. Que venham muitos outros. A arte nos uniu”, afirmou.

A plateia, que assistiu a tudo com admiração, também pôde acompanhar a tradução simultânea em Libras realizada pela intérprete Cristina, garantindo a acessibilidade do evento
O Teatro Azul não foi apenas um espetáculo. Foi um ato de resistência, um manifesto de inclusão e um exemplo vivo de que a arte transforma vidas.

Por Redação

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