Desvio bilionário no INSS gera debate intenso na Assembleia Legislativa de Alagoas

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Alagoas, 7 de maio de 2025 – A denúncia de um esquema bilionário de fraudes em aposentadorias do INSS foi o principal tema discutido na sessão desta terça-feira na Assembleia Legislativa de Alagoas. Parlamentares de diferentes partidos se manifestaram sobre o escândalo, que envolve desvios que podem ultrapassar R$ 6,3 bilhões, além de supostas irregularidades com empréstimos consignados e benefícios pagos a pessoas inexistentes.

O primeiro a se pronunciar foi o deputado Cabo Bebeto (PL), que alertou que aposentados alagoanos também foram afetados pelas fraudes. Segundo ele, a investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União revelou que entidades e associações cadastravam beneficiários sem autorização, utilizando assinaturas falsificadas para realizar descontos indevidos nos pagamentos dos aposentados.

“Essas organizações estavam cobrando mensalidades sem consentimento, diretamente dos benefícios dos idosos. Além disso, novas investigações agora apuram fraudes em contratos de empréstimos consignados feitos via INSS. Estão explorando os mais vulneráveis da nossa sociedade: os idosos e os doentes”, afirmou Bebeto. Ele também denunciou outro esquema, que teria causado prejuízo superior a R$ 12 milhões, envolvendo o uso de identidades falsas para obter benefícios indevidamente.

Em tom crítico, o parlamentar questionou a resistência à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional. “É estranho que se tente barrar uma investigação como essa. Por que não querem apurar quem está saqueando o dinheiro dos nossos aposentados?”, indagou.

Na sequência, o deputado Ronaldo Medeiros (PT) apresentou uma visão diferente, destacando que grande parte das entidades envolvidas nas fraudes foi credenciada durante governos anteriores. Para ele, o escândalo só veio à tona porque o atual governo federal estaria dando liberdade para os órgãos de controle atuarem. “Essas fraudes foram descobertas porque há um governo sério, comprometido com a transparência e o combate à corrupção. Vamos recuperar cada centavo desviado”, garantiu.

O debate foi ampliado com a participação do deputado Antonio Albuquerque (Republicanos), que defendeu que a devolução dos valores deve partir diretamente dos responsáveis pelos crimes. “É inaceitável que o dinheiro do contribuinte seja usado para cobrir um rombo provocado por criminosos. Quem causou o prejuízo, que pague por ele”, declarou.

Já o deputado Francisco Tenório (PP) enfatizou que a prioridade deve ser reparar os danos causados aos aposentados, mesmo que o ressarcimento inicial venha do próprio INSS. “Se foi o Instituto que autorizou os descontos indevidos, ele precisa arcar com a devolução imediata dos valores. Depois, o governo deve cobrar judicialmente dos fraudadores”, argumentou.

Tenório também destacou que esse tipo de crime não é recente e parabenizou os órgãos de investigação pelas ações em andamento. “Essas práticas criminosas acontecem há anos. O importante agora é que os responsáveis sejam punidos e os prejuízos reparados”, concluiu.

O caso segue sob apuração da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. Enquanto isso, cresce a pressão para que medidas mais enérgicas sejam tomadas para proteger aposentados e pensionistas de novos golpes.

REDAÇÃO COM ASSESSORIA

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