POR REDAÇÃO
Na noite da última sexta-feira (25), o advogado Napoleão Júnior, representante legal do empresário Igor Santana, ex-marido da empresária Giuliana Omena, publicou um vídeo em suas redes sociais no qual tenta desqualificar as acusações feitas por sua cliente. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Alagoas como possível violência doméstica.
Giuliana Omena usou as redes sociais para relatar episódios de abuso físico, psicológico e patrimonial que, segundo ela, se estenderam ao longo de quase 16 anos de relacionamento. Após a repercussão pública de seu relato, a Polícia instaurou um inquérito sob responsabilidade da delegada Ana Luiza Nogueira, coordenadora das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs).
No vídeo divulgado pela defesa de Igor Santana, são exibidos trechos de discussões entre o casal, nas quais a empresária aparece em momentos de tensão com o ex-marido. O advogado afirma que essas imagens seriam evidências de comportamentos agressivos por parte de Giuliana, colocando em dúvida seu relato. Em um trecho, ele pergunta: “Será que essa é a atitude de um homem violento?”, e também tenta argumentar contra o sofrimento da vítima ao exibir fotos em que ela aparece sorrindo.
A defesa ainda apresentou dados sobre supostos gastos feitos por Giuliana, com o objetivo de contestar as alegações de violência patrimonial. Segundo o advogado, ela teria utilizado cartões de crédito que somam mais de R$ 77 mil em 11 meses, o que, para ele, indicaria uma condição financeira confortável.
O advogado também se posicionou contra a medida protetiva concedida à empresária, que determinou o afastamento de Igor Santana do lar em Maceió. Ele questionou ainda o pedido para extensão da medida a um imóvel localizado em São Miguel dos Milagres, alegando que a casa pertence apenas ao empresário e que não haveria justificativas legais para a inclusão da propriedade na ordem judicial.
A delegada responsável pelo inquérito reforçou, no entanto, que o caso está sendo tratado com base nos diferentes tipos de violência previstos pela Lei Maria da Penha — entre eles, física, psicológica, moral, patrimonial e sexual. Ana Luiza Nogueira também destacou que muitas vítimas demoram a reconhecer a natureza abusiva dos relacionamentos que vivenciam, e que nem toda violência se manifesta por meio de lesões físicas visíveis.
Giuliana afirma que viveu sob controle emocional e financeiro por anos, sem acesso direto às finanças da família, e relata ter sido alvo de episódios de destruição de bens, incluindo seu local de trabalho. Ela diz que só recentemente conseguiu identificar os abusos sofridos em diferentes formas, mesmo após o fim da relação.
O processo segue em investigação e tramita sob segredo de justiça.