Hospital da Criança explica riscos que a meningite causa aos pequenos

Compartilhe

Meningite pode originar sequelas mais graves para o público infantil – Foto: Assessoria

No Brasil e no resto do mundo, o dia 24 de abril é marcado pelo Dia Mundial de Combate à Meningite. Essa doença é extremamente perigosa para o público infantil e a pediatra Auxiliadora Costa, que atua no Hospital da Criança de Alagoas (HCA), explica os riscos dessa patologia para os pequenos.

A meningite é uma infecção que consegue vencer as defesas do organismo e ataca as meninges, que são membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central. Essa inflamação pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, fungos, vírus ou parasitas.

Para a especialista, a meningite pode originar sequelas mais graves para os mais novos. “A criança tem o cérebro em desenvolvimento. Então, lesões nessa fase mais precoce da vida podem causar uma disrupção nesse desenvolvimento e causar sequelas graves. Além disso, o sistema imunológico ainda é imaturo e a meningite pode ocasionar uma infecção mais grave por conta de uma resposta não adequada ainda desse sistema”, explica a médica e supervisora clínica do Hospital da Criança.

Os sintomas podem variar de acordo com a faixa etária do pequeno. Em crianças maiores, é comum ter dor de cabeça intensa, vômitos importantes, irritabilidade, distúrbio de comportamento, alteração do nível de consciência e rigidez na nuca, com dificuldade para flexão do pescoço.

Já em crianças pequenas, é mais frequente apresentar febre, muita irritabilidade, vômitos e a fontanela abaulada, popularmente conhecida como moleira, que é quando o líquido se acumula na cavidade do crânio ou quando aumenta a pressão cerebral.

Atendimento especializado

A pediatra Auxiliadora explica que assim que os pais perceberem esses sintomas, devem procurar atendimento médico. “As UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), em geral, já têm um fluxo determinado para os casos suspeitos de meningite, que indicam internação. O tratamento é antibiótico venoso e já existe um fluxo de encaminhamento para unidade de referência, de acordo com o quadro clínico da criança. Para os pequenos, em geral, essa referência é no Hospital da Criança, onde tem esse isolamento específico”, detalha a profissional.

Na unidade, as crianças ficam em isolamento em relação a outras crianças internadas para evitar a transmissibilidade. Elas ficam em isolamento por um período de 24 horas, após o início da primeira dose do antibiótico, e há a coleta de um exame específico que dá o diagnóstico de meningite, que é por meio do líquido cefalorraquidiano. No hospital, também tem o apoio do neuropediatra para os casos em que possa ter alguma complicação neurológica em relação à doença.

Vacinas salvam vidas


De acordo com dados do Ministério da Saúde, desde 2010 até 2024 foram confirmados 233.918 casos de meningite no Brasil, dos quais foram registrados 22.504 óbitos. Segundo informações do Ministério da Saúde, Alagoas registrou no ano passado 26 casos da doença e cinco ocorrências este ano.

A imunização é a forma mais eficaz de evitar a infecção por meningite. A maioria das vacinas é disponibilizada nas Unidades Básicas de Saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo elas a BCG, meningocócica C, meningocócica ACWY, pneumocócica e a penta.

“É extremamente importante que as crianças tenham a sua carteira nacional de vacinação atualizada. Muitas das vacinas que são feitas são disponibilizadas pela rede de saúde pública e de atenção básica. A imunização protege em relação à meningite de várias etiologias”, reforça a pediatra Auxiliadora Costa.

Por Agência Alagoas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *