Ronaldo Lessa propõe união radical e apartidária para isolar extrema direita e proteger a democracia

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Lideranças políticas reagiram com firmeza ao atentado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde um membro da extrema-direita, identificado como Francisco Wanderley Luiz, conhecido nas redes como “Tiu França”, tentou explodir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite da última quarta-feira (13). O vice-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, se destacou entre as reações ao pedir uma união entre partidos de esquerda, centro e direita moderada para isolar a extrema direita e proteger a democracia. “Precisamos olhar para trás, saber os erros já cometidos para não repetir. Vejam bem, havia uma luta nesse país por reforma agrária, por ensino público gratuito. Vem uma ditadura e coloca o país sob 20 anos de regime autoritário. Agora, parece que querem repetir isso. Quando é que vamos aprender que esse não é o caminho?”, declarou Lessa.

Câmeras de segurança capturaram o momento em que “Tiu França” lançou um artefato explosivo contra o STF e se deitou com detonadores sob a cabeça, morrendo na explosão. Em declaração à imprensa, Daiane, ex-esposa do agressor, afirmou que ele planejava assassinar o ministro Alexandre de Moraes: “Ele falava que ia matar o Alexandre de Moraes e quem estivesse com ele”, relatou. Moraes reagiu ao atentado, afirmando que o ataque “não é um fato isolado” e que a pacificação do país exige a responsabilização dos envolvidos: “Não existe a possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”, afirmou o ministro.

Em um posicionamento que vai além das divisões ideológicas, Lessa propôs que os partidos se unam para proteger as instituições democráticas contra as ameaças extremistas. “Não é matando, não é com bomba, não é destruindo, como fizeram no 8 de janeiro… Vamos isolar a extrema direita, vamos isolar aqueles que, na verdade, não acreditam noutra coisa que não seja a força. Todas as instituições, inclusive o Congresso Nacional, são importantes para que a gente radicalize no sentido do cumprimento dos direitos. Direitos humanos e da democracia”, defendeu o vice-governador.

Lessa também lembrou da anistia pós-ditadura como um exemplo a não ser repetido: “Quando houve anistia dos presos políticos, fizeram anistia também daqueles que torturaram, mataram. Isso permitiu que criminosos passassem impunes. Agora, querem repetir isso?”, questionou. Ele enfatizou que a violência não pode ser o meio para se obter mudanças: “O Judiciário, o Legislativo, o Executivo estão ótimos? O país não precisa de mudanças? Claro que sim, o mundo todo está mudando. Mas essas mudanças devem chegar pelas vias corretas, e não pela destruição de nossas instituições”.

A convocação de Lessa por uma frente ampla apartidária busca somar forças entre diferentes correntes políticas para preservar a estabilidade democrática e reafirmar a paz institucional como único caminho legítimo para avanços sociais e políticos no país.

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