Alagoano pode ser ministro do TST

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Advogado Adriano Avelino chegou a se retratar recentemente dizendo que não terá a mesma conduta e que não tem nada contra qualquer governo – Foto: Divulgação

Os candidatos para a vaga de ministro destinada à advocacia foram selecionados na última segunda-feira (22), pelo Pleno do Tribunal Superior do Trabalho (TST), com destaque para Adriano Avelino, advogado alagoano, que recebeu 14 votos para compor a lista tríplice, sendo o segundo mais votado na deliberação dos ministros.

Nos bastidores, quem trabalha com afinco para que Avelino seja o próximo ministro do TST é o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. O TST anunciou a lista tríplice de candidatos para preenchimento da vaga de ministro destinada à advocacia, após a aposentadoria do ministro Emmanoel Pereira. A escolha foi realizada a partir de uma lista sêxtupla enviada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em dezembro.

Os escolhidos para lista tríplice são: Roseline Rabelo de Jesus Morais (19 votos); Adriano Costa Avelino (14 votos) e Antônio Fabrício de Matos Gonçalves (13 votos).

Os nomes selecionados serão encaminhados para escolha do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na votação, Adriano Avelino recebeu 14 votos na primeira rodada, enquanto Roseline Rabelo de Jesus Morais recebeu 12. Na segunda votação, Antônio Fabrício de Matos Gonçalves e Emmanoel Campelo de Souza Pereira empataram com 13 votos. O desempate foi decidido pela antiguidade da inscrição na OAB, favorecendo Antônio Fabrício, advogado desde 1º/7/94, sobre Emmanoel, que está inscrito desde 6/12/04.

A terceira eleita foi Roseline Rabelo de Jesus Morais, com 19 votos. Raimar Rodrigues Machado recebeu 6 votos, e Natasja Deschoolmeester recebeu 1 voto.

Conforme a Constituição Federal, um quinto das vagas do Tribunal são destinadas a integrantes das carreiras da advocacia e do Ministério Público d Trabalho (MPT). Para vagas destinadas à advocacia, cabe à OAB encaminhar ao TST uma lista sêxtupla, que será reduzida à tríplice e enviada à presidência da República para a escolha de um dos nomes. O indicado passará por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, se aprovado, seu nome será referendado pelo plenário da Casa.

RETORNO DA POLÊMICA

Sempre que este assunto volta à tona, sobretudo quando o TST já deliberou sobre a lista tríplice, retorna-se à polêmica opinião de Adriano Avelino postada nas redes sociais datadas de 2016 e 2019, quando o advogado expressou opiniões que geraram controvérsias e são objeto de escrutínio por parte da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Alagoas.

Em uma das postagens, datada de 17 de março de 2016, Avelino foi direto em sua crítica, proferindo palavras duras contra a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. “A punição para Dilma e Lula e seus apoiadores é a guilhotina!!! Mas antes tem que cortar a língua para pararem de latir”, escreveu ele.

Esse comentário veio em meio à controvérsia em torno da posse de Lula como ministro da Casa Civil, durante o governo de Dilma, em um contexto de turbulência política e clamor por impeachment.

Três anos depois, em 2019, Avelino voltou às redes sociais com uma declaração incendiária, desta vez dirigida a manifestantes durante um protesto de professores da rede estadual de Alagoas. “Vou pegar a caminhonete e passar por cima desses vagabundos comunistas que se dizem professores e estiverem interditando a [avenida] Fernandes Lima. Já que o governador não tem pulso pra [sic] isso, eu não tenho que atrasar as minhas obrigações por conta dessa manifestação fajuta”, escreveu ele.

Essas publicações ressurgiram recentemente, quando Avelino teve seu nome incluído na lista sêxtupla da OAB nacional para concorrer a uma vaga no TST. No entanto, alguns membros da Ordem em Alagoas apresentaram um pedido para que o advogado seja retirado da disputa, citando suas declarações controversas como motivo.

Diante das críticas, Avelino se retratou, admitindo seus erros e lamentando suas publicações passadas. “Às vezes a gente termina exagerando. Não tenho nada contra governo nenhum. Não farei de novo nada disso, com certeza. Foi um erro meu e me retratei na época. Lamento muito. E eu não iria atingir professor nenhum. Meus pais são professores. Foi um desabafo. Tenho 29 anos de advocacia e entrei para a lista tríplice do TST ainda em 2010”, afirmou ele.

Por Thayanne Magalhães – repórter / Tribuna Independente

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