Ícaro Matteo, criança de 1 ano e 3 meses, morreu vítima de meningite em Arapiraca – Foto: Reprodução
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) monitora os casos de meningite em Alagoas de forma mais intensificada desde que o primeiro óbito causado pela doença foi registrado em 2024.
O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes, ressaltou que a Sesau tem acompanhado a situação de perto e prestado assistência técnica as gestões locais dos 102 municípios alagoanos.
“O Plano Estadual de Enfrentamento à Meningite segue em execução e os pacientes diagnosticados são rapidamente transferidos para unidades hospitalares de referência por meio da Central Estadual de Regulação de Leitos”, afirmou o secretário.
O primeiro óbito foi o de uma criança de um ano e três meses de idade, residente em Arapiraca, vítima de meningite pneumocócica (bacteriana), na última segunda-feira, 1º.
A Sesau esclareceu, por meio de nota, que o óbito do menor foi causado pela meningite pneumocócica, e reforçou que o Ministério da Saúde disponibiliza a vacina de forma gratuita para esse tipo de doença.
“O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece a vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), com a primeira dose aos dois meses de vida, a segunda aos quatro meses e o reforço com um ano de idade”.
Ainda conforme a nota da Sesau, existem imunobiológicos disponíveis para outros tipos de meningites no calendário vacinal. São elas a BCG, que protege contra a meningite tuberculosa, a vacina meningocócica C (Conjugada) que protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C e a Pentavalente que protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, além da difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.
Também está disponível a Meningocócica ACWY (Conjugada) que imuniza contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A,C,W e Y.
Segundo o chefe de Gabinete de Combate às Doenças Infectocontagiosas da Sesau, infectologista Renee Oliveira, todos os anos são registrados casos de meningite bacteriana e que a erradicação não é possível.
“A recomendação inicial é a procura imediata de atendimento médico assim que os sintomas forem percebidos, além de se cumprir o esquema vacinal preconizado pelo Ministério da Saúde, principalmente em crianças e adolescentes”, salientou.
Os sintomas da doença meningocócica são, conforme o médico, febre, mal-estar, vômitos, náuseas, dor de cabeça e rigidez na nuca, a ponto de não conseguir encostar o queixo no peito. A doença meningocócica pode ser transmitida através do contato com alimentos e água contaminados, na sua forma viral, e através da respiração, em sua variante bacteriana.
De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico, divulgado no último dia 2, Alagoas registrou 39 casos confirmados de doença meningocócica entre agosto de 2022 e o segundo dia janeiro de 2024. Deste total, 29 foram do Tipo B, e os outros 10 não identificados. Vale lembrar que a infecção se divide em três tipos: meningite meningocócica, meningococcemia e a meningite meningocócica com meningococcemia.
O maior número de casos ocorreu entre a faixa etária de 1 a 4 anos, com 17 registros. Entre agosto de 2022 e os primeiros dois dias deste ano, foram 15 óbitos decorrentes da infecção por doença meningocócica em Alagoas. Atualmente, não existem casos em investigação no Estado, conforme apontou último boletim.
Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente