Dados falsos e omissão de informações levaram PF a fazer operação contra Braskem

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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (21), a Operação Lágrimas de Sal, que apura os crimes cometidos no decorrer dos anos pela exploração de sal-gema feita pela Braskem. De acordo com a PF, foram identificados indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade.

Equipes da Polícia Federal chegaram na unidade da Braskem em Maceió (AL) no início da manhã desta quinta-feira (21). Estão sendo cumpridos 14 mandados judiciais de busca e apreensão, sendo 11 na capital alagoana, dois no Rio de Janeiro e um em Aracaju. Todos foram expedidos pela Justiça Federal do Estado de Alagoas.

Segundo as investigações, também foram apurados indícios de que as atividades de mineração não seguiram os parâmetros de segurança previstos na literatura científica e nos respectivos planos de lavra, que visavam garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que residia na superfície.

A Polícia Federal informa que os investigados poderão responder pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, por omissão e outros delitos – não especificados pela polícia.

A exploração de sal-gema – A exploração de sal-gema, uma matéria-prima utilizada na indústria para produção, principalmente, de PVC, teve início na década de 1970 e somente foi paralisada no ano de 2019, quando um tremor de terra foi registrado em vários bairros de Maceió. A atividade fez com que o solo de cinco bairros de Maceió sofressem com uma severa instabilidade, fazendo com que a área se tornasse inabitável. Mais de 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.

Rompimento da Mina 18 – O caso voltou à tona e ganhou notoriedade em todo o país após a mina 18, da Braskem, sofrer um rompimento em um trecho da Lagoa Mundaú no dia 10 de dezembro.

A mina 18 é um dos 35 poços de sal da Braskem. Até a última atualização da mineradora, nove deles receberam recomendação de preenchimento com areia e tamponamento com pasta de cimento. Destas, 5 tiveram o preenchimento concluído, em outras 3 os trabalhos estavam em andamento e 1 já havia sido pressurizada, indicando não ser mais necessário o preenchimento com areia.

No dia 29 de novembro, a prefeitura de Maceió decretou situação de emergência por risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange. Houve cinco abalos sísmicos na área em novembro, segundo o governo alagoano.

Por TNH1

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