O projeto surgiu quando a gestão do desembargador Klever Loureiro percebeu que o quantitativo de indígenas autodeclarados nos sistemas da Justiça Eleitoral era muito baixo – Foto: Assessoria
Levar os serviços da Justiça Eleitoral e noções de cidadania e democracia para os povos indígenas alagoanos. Esse é o objetivo do projeto “Meu Título Indígena”, lançado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) na última terça-feira (12), em Pariconha. Nos quatro dias de ação, que incluiu reuniões com lideranças indígenas e palestras para jovens estudantes, foram realizados mais de 650 atendimentos, nas comunidades Gerimpankó, Katokinn e Karuazú.
O projeto surgiu quando a gestão do desembargador Klever Loureiro percebeu que o quantitativo de indígenas autodeclarados nos sistemas da Justiça Eleitoral era muito baixo, de apenas 97 eleitores. De lá pra cá, o número cresceu para 590 eleitores, mas ainda muito abaixo dos quase 25 mil indígenas que constam no último censo do IBGE.
“A ideia realmente é oferecer, por meio desses serviços eleitorais, o restabelecimento da dignidade e da cidadania desses povos. É fundamental sabermos, por exemplo, a qual etnia cada um pertence, para que possamos fomentar ações adequadas e até mesmo estabelecer a estratégia logística para as próximas eleições”, explica o assessor da Presidência do TRE, José Ribeiro Lins Neto.
Ainda segundo o assessor, além de formar eleitores mais conscientes e comprometidos com o fortalecimento da democracia, também há, nas palestras, o estímulo para as candidaturas indígenas. “Muito mais que eleitores indígenas, é preciso que eles entendam a importância de serem devidamente representados em seus municípios, dando voz aos anseios de seus povos e construindo políticas públicas que os beneficiem de várias formas”, complementou.
O município de Pariconha foi o escolhido para inaugurar as ações do projeto “Meu Título Indígena” por ser a única cidade de Alagoas que possui três diferentes povos indígenas em seu território municipal e 56,12% de sua população (5.935 pessoas) composta por indígenas. A expectativa do TRE de Alagoas é que o projeto chegue a todas as comunidades indígenas do Estado nos próximos dois anos.
Por Assessoria TRE