Preconceito e superação: mulher trans participa de torneio de futsal feminino no interior de AL

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Nycolle Silva Carnaúba, 23 anos, atleta amadora de futsal e mulher trans, lá de Paulo Jacinto, interior de Alagoas. Ela integra uma equipe que a mesma considera família. Porém, mesmo sendo bem recebida pelas meninas do time, conta que o preconceito e a transfobia existem dentro das competições.

Mas, sabendo que o esporte transforma, Nycolle incentivada por sua equipe não desistiu de competir mesmo com algumas restrições. No dia 9 de setembro de 2023, a jogadora participou pela primeira vez da segunda edição do campeonato de Futsal Arsenal que aconteceu lá mesmo em Paulo Jacinto.

A competição contou com setes equipes de Alagoas e de Pernambuco. Antes mesmo dos treinos para competição, a alagoana sabia que iria enfrentar o preconceito. Nyolle lembra que sua equipe ‘AMA PJ’ sempre foi bem solicita.  ”Antes mesmo da minha transição sempre fiz parte dessa família, e quando cheguei à equipe fui bem recebida”.

Ela relata que quando surgiu o ‘’Torneio Arsenal’’ ficou receosa em participar mesmo com o incentivo de suas amigas de time.  ”Minha equipe me incentivou a participar com elas. No início fiquei receosa, pois já sabia que haveria o que a gente não deseja que aconteça. O preconceito! E sim, ele veio por parte de alguns times competidores”.

AMA PJ – Parte dos integrantes e jogadoras (Foto: Cortesia)



Nycolle disse á reportagem que já esperava acontecer isto e contou que ouviu falas ofensivas como: “O menino lá não pode participar, deixo dois meninos jogarem no time, mas ele não”.

Mesmo sentindo o preconceito e as ofensas transfóbicas identificadas por ela, não desistiu.

”Foi uma batalha árdua para poder conseguir esse espaço, porém minha equipe não desistiu em momento algum. Fiquei muito magoada com as meninas da equipe organizadora do evento, pois sempre jogamos juntas e nunca houve isso. Mas, depois de muitos dias elas entraram em consenso e me deixaram participar”, falou.

Ela lembra que mesmo com sua participação liberada foi imposta uma condição. ”Eu teria que ficar como goleira. Como meu time me apoia e nos consideramos família decidi participar e fui feliz. Fizemos uma excelente competição e conseguimos ficar na segunda colocação”, comemorou Nycolle.

Por Tribuna Hoje

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