Moradores dos Flexais protestam contra a mineradora, MPF e juiz

Compartilhe

Moradores dos Flexais estão acampados desde terça-feira em frente a uma das áreas de atuação da Braskem, no bairro do Mutange – Foto: Edilson Omena

Moradores dos Flexais decidiram ir para o enfrentamento por conta da situação de isolamento que estão sofrendo desde que vários bairros foram dizimados por conta do afundamento do solo provocado pela Braskem.

De acordo com Valdemir Alves, uma das lideranças, eles agora protestam não apenas contra a mineradora, mas também contra o Ministério Público Federal e até o juiz que indeferiu a liminar solicitada pela Defensoria Pública para garantir a realocação das famílias. “Nos encontramos encurralados, ilhados, abandonados, desprezados de Maceió. Hoje o Flexal não é mais o Flexal. O nosso imóvel não tem valor mais por conta disso. O poder econômico do bairro não existe, eu tenho três comércios hoje que não tem como vender, não tenho como progredir financeiramente. Então tudo isso foi tirado da gente. Não precisa dizer que está afundando, que está rachado, que vai afundar. Precisa ver a realidade, que o crime que a Braskem cometeu causou esse prejuízo na nossa vida e os procuradores não estão nem aí”.

Eles estão acampados desde terça-feira (12) em frente a uma das áreas de atuação da Braskem, no bairro do Mutange. São 812 famílias se reversando no local. As operações por lá estão paradas desde então e a exigência que fazem é de uma reunião com o magistrado que está atuando no caso.

“A gente agora quer sentar com o juiz André Granja, que é o que está no caso e está negando a liminar que a Defensoria entrou pedindo a nossa realocação. A gente quer sentar com a defensoria, o Dr. Ricardo Melro que tem nos acompanhado, e com o juiz. E a gente só vai sair quando disser assim ‘vocês vão ter as indenizações de vocês justas, com a relocação, e a gente vai resolver isso aqui agora’ então tá certo, aí a gente abre”, disse Alves.

Segundo ele, existe um laudo de um antropólogo contratado pelo próprio MPF. “Esse antropólogo deu acesso a esse laudo dizendo que por conta do isolamento, a área não tem nada por não existir mais benefícios que existiam. Mas as próprias procuradoras arquivaram esse laudo. Elas também ignoraram, não deram a mínima então”.

Ele reforça que não pretendem mais conversar nem com a gestão municipal. “Nós não queremos sentar com Prefeitura de Maceió, com Defesa Civil e nem com aqueles que até agora tentaram empurrar com a barriga a situação. Já foi direcionado para a gente um major do gabinete de crise, onde ele quer articular uma reunião com a doutora Roberta Bonfim, parece que ela quer uma reunião na prefeitura com a gente para o dia 21. Agora quer que a gente libere a entrada da empresa para ela trabalhar. A gente não vai liberar. Se tiver reunião dia 21, a gente vai ficar acampado até o dia 21”.

Por Tribuna Hoje

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *