O presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Galba Netto (MDB) se envolveu em uma polêmica, na sessão de ontem (9), após a vereadora Teca Nelma (PSD), ter levado para exibição em plenário uma cesta de alimentos orgânicos produzidos pelos trabalhadores do Movimento Sem Terra (MST).
Galba Netto, segundo Teca Nelma, entendeu que a exibição da produção dos trabalhadores rurais “atentava contra a ordem”. Durante a sessão, o presidente da Câmara disse que poderia cancelar os trabalhos no Legislativo.
“Vossa Excelência tem cinco minutos para retirar, senão, eu vou ter que cancelar a sessão”, determinou Galba Netto.
Na última terça-feira (8), a vereadora prometeu demonstrar, na sessão de ontem, o trabalho de produção de alimentos do MST, que estava sendo atacado por um vereador que adota um viés conservador. Por isso, a vereadora levou ao plenário uma cesta de alimentos orgânicos produzidos pelos trabalhadores rurais. Teca Nelma ainda solicitou a opinião do Procurador da Câmara, pois não estava violando o regimento interno.
“O presidente, autoritariamente, respondeu que tinha autoridade sobre o ordenamento do plenário e não precisava consultar a Procuradoria da Câmara”, informou a assessoria de comunicação da vereadora.
Ainda na sessão de quarta, os vereadores chegaram a estranhar a reação do presidente da Câmara de Maceió, que comumente tem aceitado manifestações contrárias ao atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a exemplo da exibição de materiais considerados depreciativos durante as sessões no Legislativo.
Após um acordo, Teca Nelma manteve vários produtos sobre sua mesa. “Não podemos continuar com os discursos de intolerância e ódio contra organizações legais que representam os trabalhadores rurais. Ainda mais o Movimento Sem Terra, o maior produtor de alimentos orgânicos do país. Não é fake [falso]. É fato o bem que o MST faz ao país”, argumentou a vereadora.
Por Editoria de Política – com assessoria com Tribuna Independente
