Mais de 1.600 trabalhadores foram vítimas de acidentes de trabalho em Alagoas entre os meses de janeiro a junho deste ano, conforme a superintendência regional do Trabalho e Emprego em Alagoas.
O número representa quase a metade de todos os acidentes de trabalho registrados no ano passado, quando 3.395 pessoas sofreram acidentes dentro do ambiente laboral ou no trajeto da residência até o trabalho ou do trabalho até a residência, de acordo com o Ministério Público do Trabalho em Alagoas.
A quantidade de ocorrências que vitimou trabalhadores em 2022, representa um aumento de 5% em relação a 2021, quando foram registrados 3.223 acidentes.
Os números fazem parte do levantamento do Observatório de Saúde e Segurança no Trabalho, elaborado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e Organização Internacional do Trabalho (OIT) e foram repassados pelo Ministério Público do Trabalho em Alagoas.
As estatísticas chamam a atenção para o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes de Trabalho, amanhã, quinta-feira, dia 26. A data serve para alertar empregados, empregadores, governos e sociedade civil para a importância de práticas que reduzam o número de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, além de promover um ambiente seguro e práticas saudáveis em todos os setores produtivos.
Ainda conforme o Ministério do Trabalho em Alagoas, os dados são referentes a acidentes no ambiente laboral nos quais houve Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). “Apesar dos números oficiais, a estimativa é de que 672 acidentes de trabalho em Alagoas tenham sido subnotificados em 2022 – uma subnotificação de 19,8%”, detalhou a assessoria de imprensa do MPT no Estado.
Do total de acidentes ocorridos no primeiro semestre deste ano – 1.607 – o superintendente regional do Trabalho e Emprego em Alagoas, Cícero Filho, afirmou que 1.576 foram acidentes típicos (referente ao acidente propriamente dito dentro do ambiente de trabalho e ligado à atividade laboral). 21 aconteceram no trajeto residência do trabalhador/trabalho ou trabalho/residência do trabalhador e outros 10 foram ligados a doenças.
Morte, lesão corporal ou incapacidade funcional
Os acidentes de trabalho podem provocar lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. São geralmente previsíveis e evitáveis e de ocorrência aguda em episódio único e decisivo. As doenças ocupacionais também são enquadradas nesta categoria”, explicou Cícero Filho.
Entre as doenças relacionadas ao trabalho, detalhou Cícero Filho, estão síndrome do pânico; cânceres por conta de exposição a produtos químicos; exposição ao chumbo; estresse; síndrome de Burnout; LER (Lesão por Esforço Repetitivo); DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho); problemas de visão.
A OIT coloca o Brasil em quarto lugar no ranking mundial de acidentes fatais ocorridos no ambiente de trabalho.
Em Alagoas, de acordo com o levantamento do Observatório de Saúde e Segurança no Trabalho, a fabricação de açúcar em bruto foi o setor econômico com mais notificações de acidentes em Alagoas.
“Dentre as ocupações que registraram mais acidentes no ano passado, lidera a lista o trabalhador da cana-de-açúcar. Na sequência, aparecem as profissões de técnico de enfermagem; alimentador de linha de produção; faxineiro e servente de obras”, detalhou a assessoria de comunicação do MPT em Alagoas.
As atividades de atendimento hospitalar; administração pública em geral; comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados e instalações elétricas aparecem na sequência como os locais de trabalho em que há mais registros de acidentes.
LEIA MAIS NAS VERSÕES IMPRESSA OU DIGITAL DA TRIBUNA INDEPENDENTE
Por Valdete Calheiros – colaboradora com Tribuna Independente
Foto: Imagem ilustrativa