O cenário em que bailes, reuniões políticas, carnavais e encontros no auge das décadas de 70, 80 e 90 começa a ruir. Após a permuta do terreno, que concedeu à Construtora Massaranduba a concessão do terreno para a construção de uma nova sede para o clube, no bairro da Massaranduba, a sede histórica começa a ser destruída. O jornalista Roberto Baía registrou o momento em que madeiras e vigas eram retiradas do clube, simbolizando o fim de uma era para a cidade de Arapiraca.
O registro fotográfico do jornalista mostra a situação da estrutura física do Clube, completamente deteriorada, entre elas as marcas da parede que abrigava o painel de Ismael Pereira. Trabalhadores retiraram as madeiras sem nenhum equpamento de segurança.
O Clube, que foi fundado em 1949, permaneceu na Avenida Rio Branco por mais de 50 anos. As dificuldades financeiras e a mudança de hábitos da sociedade arapiraquense podem ter levado o Clube ao endividamento. No edital de permuta, a então diretoria do Clube afirmava que as dívidas da sociedade seriam em torno de R$ 1.150.000,00. Em contrapartida, o terreno que conta com ginásio e parque aquático estaria avaliado em R$ 8.120.000,00. Em entrevistas a este mesmo semanário na época, a permuta seria a única saída para salvar o Clube dos Fumicultores das dívidas e manter o espaço para os sócios e possíveis futuros sócios.
A mudança e o abandono da sede gerou revolta na sociedade. A Associação dos Aposentados de Arapiraca entrou com uma ação para tentar impedir que a permuta se consolidasse, um dos argumentos era a preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade. O Clube abrigava o painel artístico que contava o ciclo do fumo, que tornou Arapiraca conhecida mundialmente, de autoria do artista plástico e ex-vereador da cidade Ismael Pereira.
A Construtora Massaranduba ganhou o processo de edital no final de 2021 e teria o prazo de 24 meses para entregar a nova sede, segundo consta o edital. As obras já foram iniciadas, no bairro da Massaranduba.
Fonte: Jornal de Arapiraca/ Lysanne Ferro
