Após seis anos, Quadrilha Pisoteio retorna as atividades com apresentações no Agreste

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Após dois anos sem festas de São João, em decorrência da Covid-19, as apresentações das tradicionais quadrilhas de Arapiraca prometem encantar este ano. Os preparativos para os festejos entram em suas fases finais, com a aproximação do início das festas juninas. Os grupos já estão com as coreografias bem ensaiadas para se apresentarem ao público. A grande expectativa deste ano é a volta da quadrilha “Pisoteio” da comunidade Batingas que há seis anos não se apresentava. 

A quadrilha surgiu em 2006, com o incentivo da Associação Comunitária de Batingas, inicialmente formada por 22 casais e um puxador. Ela representa uma das maiores comunidades rurais do município, tendo moradores da comunidade como a maioria dos dançarinos.

As idades dos integrantes são entre 16 anos a 18 anos, porém a mais nova integrante tem 13 anos e a mais experiente tem 36.

A quadrilha Pisoteio já se apresentou em campeonatos de Teotônio Vilela, Junqueiro, Anadia e em vários bairros de Arapiraca.

Este ano, a agenda para apresentação em Arapiraca e nas cidades vizinhas está bastante preenchida com apresentações até o mês de julho. 

Em entrevista para o Jornal de Arapiraca, o presidente da Associação Comunitária de Batingas, Herbert Pereira, recentemente empossado, falou das suas prioridades na comunidade e uma delas é resgatar a tradição da comunidade, com a quadrilha junina Pisoteio.                                                                                                                                                                                                                                                         “Desde 2016 a quadrilha junina pisoteio não se apresentava. Porém, com a nova gestão da associação comunitária, prevendo diminuir o tempo ocioso dos adolescentes e jovens, surgiu a ideia de resgatar a quadrilha junina Pisoteio”, disse Herbert. 

O presidente ressaltou também que a atividade cultural é de suma importância após uma pandemia. “O isolamento social também causou alguns transtornos psicológicos, dentre eles a crise de ansiedade. Durante alguns ensaios da quadrilha identificamos jovens e adolescentes sofrendo desse transtorno e, para muitos deles, a dança foi essencial para minimizar tal sofrimento”, contou. 

Na associação, jovens e adultos também encontram nos gestores uma importante orientação e incentivo para retomarem aos estudos. Com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida para a comunidade, o presidente, junto com sua equipe, busca parcerias com instituições que contribuem com a qualificação profissional de cada jovem.

Herbert apontou que as atividades culturais e de profissionalização dos adolescentes têm surtido bons resultados. Ele cita como exemplo um dos integrantes da quadrilha que, com ajuda e parceria da associação, está inserido em um curso profissionalizante.

“Graças a parceria da associação com os cursos profissionalizantes work, o integrante Matheus está cursando o curso de solda TIG. Um outro parceiro da associação que tem contribuído para a formação profissional desses jovens é o SENAR, na qual alguns dançarinos da quadrilha puderam participar de cursos como primeiros socorros, inclusão digital e outros”, explicou.              

Perguntado pela nossa redação qual a importância da quadrilha na formação cultural das crianças, adolescentes e adultos da comunidade. O presidente Herbert contou que a ação cultural envolve toda a comunidade, com isso, e de forma natural, que exista uma integração de pessoas de classes econômica popular com pessoas com melhores condições econômicas. Logo, essa atividade cultural, de forma prática, promove a política de combate aos mais diversos tipos de discriminação.                                                                                                                                                                                                                   Com o retorno das apresentações da quadrilha Pisoteio, os trajes estão sendo custeados por meio de um recurso do ponto de cultura. De acordo com o presidente, o recurso estava preso por muitos anos na associação e só agora está sendo investido.

“Com a nova gestão, pode ser liberado o recurso para incentivar a cultura local. Além desse recurso, há também um incentivo financeiro da Prefeitura por meio de dois editais: 10 mil para quadrilha e outro de 6 mil para a arraiá, porém ainda aguardamos o resultado para saber se seremos contemplados. E com patrocinadores do comércio local poderemos investir no trajes dos dançarinos”, finalizou o presidente da Associação Comunitária das Batingas, Herbert Pereira.

Fonte: Jornal de Arapiraca/ Rafaela Tenório

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