Investigação conduzida pela Polícia Federal mostra um esquema de desvio de recursos e prática de “rachadinha” escancarada no Palácio do Planalto durante a gestão de Jair Bolsonaro.
Desta vez, foram encontradas evidências de depósitos em dinheiro vivo para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A PF apontou que esses repasses eram coordenados por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que foi preso em 3 de maio sob suspeita de envolvimento em um esquema de fraude em certificados de vacinação.
A defesa de Jair e Michelle Bolsonaro refuta qualquer irregularidade e emitiu uma nota afirmando que possuíam “total convicção de que todos os pagamentos relacionados às despesas cotidianas da família eram feitos com recursos próprios”.
Entretanto, em conversas entre Cid e assessoras de Michelle Bolsonaro, ele demonstra preocupação com os pagamentos das despesas da primeira-dama, temendo acusações de “rachadinha”, e instrui a realizar as transações somente em dinheiro vivo.
A PF identificou uma empresa com contrato na Codevasf como a fonte dos recursos transferidos para um membro do Palácio do Planalto responsável pelo pagamento das despesas de Michelle.
Os repasses totalizaram R$ 8.600,00. De acordo com a investigação, os depósitos usavam um método comum nos casos de rachadinha: eram feitos de forma fracionada, em pequenos valores, para impedir o alerta aos órgãos de controle e a identificação de irregularidades.
Como os pagamentos foram em dinheiro vivo, não há a identificação da origem dos valores. O inquérito apura se os pagamentos seriam provenientes do desvio de recursos públicos do Palácio do Planalto.
Também foi encontrada uma transferência bancária de R$ 5.000,00, realizada em julho de 2021, feita diretamente da conta de Mauro Cid para a conta de Michelle.
Por Éassim