Viúva de Djacy Barbosa luta para evitar leilão do Hospital Afra Barbosa

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A viúva do médico e empresário Djacy Barbosa, Vanilda Barbosa, vem lutando contra a dissolução do patrimônio e legado do arapiraquense. Está marcado para os próximos dias, 24 e 25 de maio, mais um leilão que pode arrematar o edifício de seis andares, localizado na rua Esperidião Rodrigues, no centro de Arapiraca, onde funcionava o Hospital Memorial Djacy Barbosa. O apelo de Vanilda é de um prazo maior para o leilão. 

Na última tentativa de leilão, em 2022, o prédio foi avaliado em mais de R$ 10 milhões, além de outros imóveis que a família herdou. O montante de dívidas trabalhistas, com a Receita Federal e com a Equatorial que, segundo ela, chega em R$ 29 milhões. O patrimônio deixado pelo doutor Dija, como era conhecido, vem se desfazendo ao longo dos anos devido às penhoras para o pagamento das dívidas. Em exclusiva para o Jornal de Arapiraca, ela revelou que três imóveis já foram leiloados para o pagamento dos débitos. Para ela, foi um conjunto de coisas que levaram à atual situação: as constantes autuações da Vigilância Sanitária e os desentendimentos entre os filhos, dificultaram o funcionamento da Casa de Saúde. 

“Eu sei que teve erros, não vou dizer que não”, refletiu. 

A administração do hospital passou para os herdeiros antes do doutor Djacy falecer, em 2013. O casal tem quatro filhos, Djacy Barbosa Júnior, o Dijinha, que faleceu em 2012; Afra Barbosa, que também administrou o hospital; Vaneska Barbosa que foi responsável pelos últimos anos de administração da instituição; e Fernando Barbosa, empresário que já foi vereador por Arapiraca.

Segundo ela, a situação pode ser revertida, já que o hospital teria para receber do Ministério da Saúde cerca de R$ 14 milhões, de procedimentos realizados e que os valores não eram passados integralmente. Esta semana, Vanilda procurou a Governadoria do Agreste para tentar um diálogo com o governo estadual e federal, já que o prazo se aproxima.  

“Nós temos uma faixa de R$ 14 milhões para receber do Ministério da Saúde do SUS, de procedimentos que não recebíamos integralmente, vivíamos com a corda no pescoço, temos esse documento. Ainda tenho esperanças”, revelou. 

O Hospital Afra Barbosa foi um empreendimento do doutor Dija, que iniciou na rua Lúcio Roberto, em 1956. O nome é em homenagem à mãe do médico que faleceu durante o parto. Ela contou que o marido fez o hospital para que nenhuma mulher morresse mais durante o parto. O Hospital, em seu pleno funcionamento, era referência no tratamento de hemodiálises e de pacientes oncológicos, chegando a atender cerca de mil pacientes na quimioterapia e 150 na hemodiálise. Hoje, com as portas fechadas, o maquinário está parado acumulando poeira e teias de aranha.

Nos últimos dez anos passou por diversas dificuldades, devido à administração. Em março de 2020, o Hospital passou por uma interdição ética (a suspensão total das atividades médicas, sob o risco de cometer infração ética) por parte do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (CREMAL) após duas fiscalizações na unidade hospitalar, que constataram irregularidades que comprometiam o exercício da profissão. Em abril, o Conselho permitiu que o setor de UTI voltasse a funcionar com o compromisso de readequação com base nas diretrizes nacionais.

Em dezembro de 2021, o Ministério da Saúde desabilitou o Hospital Memorial Djacy Barbosa como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) e em Atenção Especializada em DRC com Hemodiálise e Diálise Peritoneal, devido às infrações encontradas pela Vigilância Sanitária, o hospital dispunha de Alvará Sanitário desde 2016.

Durante a pandemia de Covid-19, o Hospital foi aberto para acolher os pacientes vítimas da pandemia.

Fonte: Jornal de Arapiraca/ Roberto Baía e Lysanne Ferro

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