Influenza: morte de professor de Arapiraca levanta debate sobre a importância da vacinação 

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A morte repentina de um professor de Literatura de Arapiraca acendeu um alerta sobre a importância da vacinação para combater as síndromes gripais. José Ferreira Leandro faleceu no último domingo (07), após 22 dias internado. Ele deu entrada no Hospital do Agreste no dia 15 de abril e foi diagnosticado com Influenza do tipo A. O professor já lidava com a asma e se vacinava em todas as campanhas vacinais contra a gripe, contudo neste ano, a doença veio primeiro. Até agora, com um mês de campanha contra a influenza, Arapiraca vacinou 35% do público alvo. A meta é de 90% e se estende até o dia 31 de maio. 

Leandro dava aulas em diversas escolas de Arapiraca e Limoeiro de Anadia e estava no Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Cultura, da Uneal. Alunos, ex-alunos, colegas de trabalho e de aula ressaltaram as qualidades e lembranças em sala de aula nas redes sociais. “Descanse em paz, querido professor Leandro. Você marcou a minha vida e a de tantos outros. Há pouco uma “negona”, como você carinhosamente chamava seus alunos, lembrou de quando você recitava Camões pra gente, e foi como ouvir de novo, na sua voz. Não tinha enredo de livro que não ficasse bom quando você contava a história pra nós. Que Deus conforte sua família. Vai em paz!”, escreveu uma ex-aluna. 

Em postagem, uma turma de terceiro ano que Leandro foi padrinho relembrou as lições de vida dadas por ele. “A vida é curta demais para perder sequer um segundo, e demasiadamente valiosa para não ser aproveitada a todo custo. Foi isso que esse exímio professor nos ensinou em vida, e lutaremos para defender e honrar tudo aquilo que foi implantado em nossos corações através de cada palavra proferida por ele. O tempo passa, entretanto, a única coisa que nunca passará é a lembrança de todos os bons momentos vividos, do olhar, sorriso, abraço, toque, e cada pedaço de sentimento. Lamentamos por essa perda tão dolorosa, e nos agarramos ao fio de esperança de que esteja dançando no céu, cantando no coral juntos com os anjos, e agora, seus dias estão repletos de paz e alegria, amor e luz. O vazio fica em nosso peito, mas será preenchido por seu legado e todas as suas memórias. Aprendemos a honrá-lo em vida, e levaremos essa honra no peito até depois de sua morte. Nós te amamos!”, relembram os alunos.

Colega de profissão, o professor Thiago Abel Pantaleão chamou a atenção para a rotina exaustiva dos professores. “São tantas aulas, planejamentos, provas a fazer e corrigir, idas e vindas, estradas e almoço frio e uma rotina que muitas vezes nos parece tão normal que sequer avaliamos o quão privilegiados somos de sobreviver a cada dia. Muitas vezes comemos mal, dormimos pouco, perdemos finais de semana e feriados em nome daquele compromisso profissional inadiável ou daquela data urgente que não pode ser perdida. Empatia, respeito, cuidado, afeto, compreensão, companheirismo, zelo e prioridade são palavras que cada vez mais raras no ofício do professor. Quando um de nós se vai um pouco da nossa luz se apaga e fica a reflexão. Como estamos caminhando?”, questionou o docente. 

Os dados de vacinação ainda estão lentos em Alagoas, com um mês de campanha apenas 20 municípios alcançaram mais de 50% do público alvo. Em Arapiraca, pouco mais de 35% dos grupos prioritários já estão imunizados, de acordo com os dados atualizados do Ministério da Saúde. No dia 04, a prefeitura realizou um mutirão para estimular a vacinação contra o vírus. Ao todo, foram 3326 doses aplicadas no dia D de Vacinação.

As entidades sanitárias vem reforçando a importância da vacinação para a saúde coletiva. Desde 2021, Alagoas não tem conseguido atingir a meta de vacinação; em 2021, apenas 83,7% e em 2022, 79,2%. A campanha tem como público alvo as crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade; pacientes com deficiência permanente; gestantes; puérperas; profissionais da saúde; idosos a partir de 60 anos; pacientes crônicos; professores da rede pública e privada; caminhoneiros; motoristas de transporte coletivo;  profissionais da Segurança Pública e a população privada de liberdade

Jornal de Arapiraca/ Lysanne Ferro

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