O depoimento de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, que estava previsto para ocorrer na tarde desta segunda-feira, foi adiado a pedido de sua defesa.
Torres está preso há 100 dias no batalhão da Polícia Militar no Guará, região administrativa do Distrito Federal. Segundo os advogados de Torres, uma psiquiatra da Secretaria de Saúde do DF atestou sua impossibilidade de comparecer a qualquer audiência no momento, por questões médicas durante uma semana.
A defesa alega que o estado emocional e cognitivo do ex-ministro piorou drasticamente após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de mantê-lo preso na semana passada.
Os advogados já haviam apresentado um laudo médico anteriormente, mostrando o quadro depressivo do ex-ministro e mencionando a possibilidade de suicídio.
A defesa de Torres alega que ele pretende cooperar para o esclarecimento dos fatos em apuração, assim que estiver recuperado. O depoimento seria para esclarecer o uso da Polícia Rodoviária Federal para atrapalhar a votação de eleitores de Lula no segundo turno, especialmente na região nordeste.
A situação do ex-ministro da Justiça se agravou com o aprofundamento das investigações envolvendo o uso da máquina estatal para prejudicar a votação de eleitores de Lula no segundo turno.
Torres foi preso após os atos golpistas de 8 de janeiro, quando ele era secretário de segurança pública do Distrito Federal e estava em viagem com a família nos Estados Unidos. Ele mudou sua estratégia de defesa, tentando criar pontes com o Supremo para convencer Moraes a rever sua prisão, o que ainda não ocorreu.
Por Thiago Sampaio