Eleição sindical tem denúncia, tumulto e polícia

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A disputa pela direção do Sindicato dos Professores da rede Privada de Alagoas (Sinpro/AL), realizada nesta sexta-feira (14), foi marcada por conflito entre o grupo da atual gestão e a oposição, que trocam acusações de fraude, violência e descontrole comportamental.

Segundo relatos de pessoas presentes no local, o início do pleito, de manhã, teve acusação de fraude, questionamento do processo e bate boca entre oponentes. A chegada da reportagem no local, no período da tarde, encontrou um ambiente de tensão em que a comissão eleitoral não aceitou falar antes do fim do pleito. Integrantes de chapa do lado de fora e no local de votação apenas mesários.

Eduardo Vasconcelos é o atual presidente do Sinpro/AL, está na segunda gestão e é candidato à terceira. Ele não compareceu ao sindicato durante o dia, mas conta a versão da chapa 1 sobre a suposta confusão que aconteceu.

“Um integrante da chapa concorrente se descontrolou. Ele começou a provocar o advogado da nossa chapa chamando de engomadinho, chamando de advogado poderoso. Provocando. E aí o advogado eu acho que perdeu a paciência, não posso dizer com tudo que realmente aconteceu como aconteceu porque eu não estava e eu acho que o advogado reagiu verbalmente, não houve nada relacionado à questão de agressão física. Pelo menos assim eu soube. Chamaram a polícia justamente para tentar conter ele”.

A versão da oposição é diferente. Segundo Jandete Melo, o processo traz irregularidades faz tempo. “Desde o início que a chapa 2 vem pedindo transparência à comissão eleitoral, mas infelizmente isso não vem ocorrendo. Desde a 1ª vez, dia 27 de março, que nós recebemos a lista pela comissão eleitoral e detectamos alguns nomes e pessoas que não estão mais na base. Fizemos a denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT) e alegamos isso. No dia 5 de abril, me mandaram a 2ª lista. Esses nomes que estavam na 1ª lista que não estavam aptos a votar continuavam lá. Para você ter ideia, na lista tem pessoas que trabalham na AlmaViva, isso demonstra o total desrespeito e desorganização da atual gestão”.

Apenas na sede do Sinpro/AL havia urnas disponíveis para a eleição (Foto: Edilson Omena)
Sobre a confusão de hoje, ela afirma que na votação havia irregularidades que foram questionadas pela chapa 2. “Hoje na votação, quando eu fui votar, só tinha o nome do eleitor e não tinha nenhum número de documento. Isso não existe em qualquer eleição do mundo, tem que ter o número de um documento porque, por exemplo, Ana Paula, quem é Ana Paula? Ana Paula pode ser qualquer Ana Paula”.

As acusações não param por aí, a professora questiona o perfil da atual gestão e fala em ausência de democracia. “São 12 anos. Tem diretor da atual gestão que está no sindicato há mais de 20 anos”.

Ela diz que foram negadas informações à chapa 2 e dificultada a participação da categoria. “Me dão uma lista só com o nome do professor e mais nada. Não tinha um contato, não tinha o nome do local onde o professor trabalhava. Ainda vem proibindo os professores de participar do pleito, porque só colocaram urnas no [bairro] Farol. É um sindicato estadual, ele não é municipal, ele representa os professores da rede privada do Estado de Alagoas. Eles não permitiram urnas na parte alta nem em Arapiraca, onde se tem eleitores”.

Jandete chama de ditadores e criminosos os oponentes. “Infelizmente a atual gestão e a comissão eleitoral são ditadores, porque desde o início do processo que a chapa 2 não teve direito algum de participar em nenhum momento desse processo, inclusive na comissão eleitoral tem funcionário do Sinpro. Tudo isso é crime. Essa lista, ela está fraudada. Ela está fraudada porque se tem gente da AlmaViva lá, quem me diz que lá não tem inúmeras pessoas colocadas pela chapa 1?”.

Outro problema é o desaparecimento de dados. “Tem uma professora filiada há mais de nove anos e foi descoberto no último dia de inscrição de chapa que não estava sindicalizada. Ela estava na nossa chapa e no último dia de inscrição de chapa a ficha da professora sumiu. Inclusive tem pagamento esses anos todos que era descontado pela própria escola, porém o sindicato diz que a ficha da professora não existe”.
Por Emanuelle Vanderlei – colaboradora

Por Emanuelle Vanderlei – colaboradora

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