Arapiraquense de coração, professora dedicou a sua vida á educação

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A professora Maria das Neves Barbosa chegou em 1962 a Arapiraca para passar as férias. Veio de São Paulo, onde trabalhava no IAA (Instituto do Açúcar e Álcool). Antes, já tinha estudado o ensino normal no Colégio São José, em Maceió. E aqui completou seu ciclo de educação, formando-se em Letras pela Faculdade de Formação de Professores do Primeiro Grau, em 1975, participando, também, hoje UNEAL.

Depois, foi ensinar, como professora municipal (escola Hugo Lima) e estadual (escolas Costa Rego e Quintella Cavalcanti), participando, também, do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL).É nome de uma escola fundamental no bairro São Luís.

 Mas, não ficou somente no ensino a participação no desenvolvimento de Arapiraca. Ela participava, junto com artesãos, violeiros, repentistas, emboladores, tocadores de bandas de pife, entre outros, da cultura arapiraquense. Gosto pelas artes que adquiriu de seu pai, José Correia. 

Sua inquietude era tanta que a levou a participar, na rádio Novo Nordeste AM, de um programa social comandado por Jandira Leão. Ou ser membro de uma associação (FIRADEF) voltada para a alfabetização e inclusão social dos deficientes físicos do município, da qual chegou a ser presidente; ou, ainda, “membro fundador da Associação das Voluntárias da Caridade, da qual foi presidente em algumas gestões e, juntamente com várias companheiras, tais como Maria de Lourdes de Albuquerque, Teca do Major, Daíse Fragoso, Iolanda Fernandes, Judith Barbosa e Odete Abreu, manteve esta entidade prestando serviço por algumas décadas, sempre pautada na assistência aos mais necessitados do município” (do Memorial da Mulher Cecy Cunha).

Na política, porém, não obteve êxitos, pois tentou ser vereadora em 1982, e vice-prefeita em 1988, na chapa com Severino Lopes (pelo PT). 

A taquaranense, que recebeu da Câmara de Vereadores de Arapiraca, em 1993 a Comenda Manoel André, era casada com o viúvo Aloísio Borges, com quem viveu de 1963 a 1981, tendo cinco filhos: Aloísio José, Luís Henrique, Hosana Cláudia, Felipe Rinaldi e Isabel Barbosa Borges. 

Esse outro trecho do poema Insônia a arapiraquense de coração Maria das Neves Barbosa Borges bem diz da ansiedade deste migrante que engrandece esta terra:

Hoje traduzo meu pensamento

E não chego a nada.

Algo impulsiona-me a vida…

Vida que não vivi.

Vida que me fugiu

No cotidiano das improvisações.

Continuei vencida pela sociedade

Vida que não vivi.

Afoguei meus ideais

No ideal que não era meu.

Vida que não vivi.

Chorei fingindo ser o pranto meu,

Molhei com lágrimas a solidão

Da vida que não vivi.

Persegui o amor

Que platônico se tornou

Da vida que não vivi.

Amei o mundo que mal se comunicou

Busquei aquele que me amou…

Perdi-o no torvelinho das estórias de amor.

MANOEL LIRA, ELI MÁRIO E ROBERTO BAÍA
Fonte: Jornal de Arapiraca

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