Um documento robusto com 58 páginas. Esse foi o resultado da reprodução simulada realizada pelo Instituto de Criminalística da Polícia Científica de Alagoas no caso da morte do adolescente Danilo Fernando da Silva, em Arapiraca. O laudo foi concluído e inserido no sistema forensis e se encontra disponível para análise da Delegacia de Homicídios de Arapiraca, responsável pelo inquérito policial.
A elaboração do laudo foi fruto de um grande trabalho realizado no último dia 14 de fevereiro por uma equipe formada por sete peritos criminais e que mobilizou toda uma rede de apoio da Polícias Civil, Militar e da SMTT de Arapiraca. O exame técnico-pericial buscou verificar as versões apresentadas pelos policiais militares envolvidos na ocorrência e de responder questionamentos da Polícia Civil sobre o fato, que resultou na morte do adolescente de 17 anos.
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Durante mais de cinco horas, os peritos reproduziram as versões dos quatro policiais militares que estavam na viatura da PM fazendo abordagens em um trecho da rodovia AL-15, quando foi iniciada a perseguição a Danilo, que estava em uma motocicleta. A equipe percorreu uma estrada vicinal, até o loteamento onde o estudante foi alvo de um tiro, um terreno nas proximidades da Chácara conhecida como Forró das Velhas, na zona rural de Arapiraca.
Documento
De acordo com o perito criminal José Adriano Rocha de Sá Filho, que coordenou os trabalhos, o laudo foi assinado por ele e pelos peritos Carlos Robério Vasconcelos Cerqueira, Jeiely Gomes Ferreira e José Veras de Oliveira Neto Silva. O documento contém 86 (oitenta e seis) ilustrações e todas as declarações prestadas à equipe pericial durante a Reprodução Simulada foram gravadas em áudio e arquivadas em mídia DVD que se encontra custodiada no Instituto de Criminalística.
Adriano Rocha explicou que durante a reprodução simulada, os peritos responderam 10 quesitos solicitados sobre a distância do tiro e trajetória do projétil, sobre o trajeto e posição da vítima quando esse a atingiu e sobre a hipótese de porte e empunhadura da arma pela vítima. Os peritos ainda analisaram o exame de balística e o resultado do laudo cadavérico do IML de Arapiraca que constam as lesões da vítima.
“Na reprodução, buscamos responder questionamentos, como o fato de a vítima ser destra, mas teria atirado com a mão esquerda. Analisamos se daria para um militar visualizar um volume no lado esquerdo da cintura da vítima, que foi um dos motivos para iniciar a perseguição. Também avaliamos o local que os policiais afirmaram ter atirado de dentro da viatura e se possibilitava um trajetória compatível com o deslocamento do projétil no corpo do adolescente”, explicou o perito criminal.
Todas essas e outras respostas dos quesitos solicitados pela PC foram descritas no laudo, mas a Polícia Científica não irá divulgar os resultados para não atrapalhar as investigações. A conclusão da reprodução simulada será analisada agora pela equipe da DHA.
Por Aarão José – Polcal